Folha de S. Paulo


'Internet off-line' supre demanda cubana por notícias e entretenimento

Todas as manhãs, Teresita Rodriguez carrega discos rígidos para lá e para cá por Havana, usando os pés para cumprir o papel que, em países com acesso menos restrito à internet, é desempenhado por cabos e redes wi-fi.

O trabalho dela é tanto de alta tecnologia como extremamente simples. No início, ela espera algumas horas na antessala da casa de um "traficante de informação", enquanto copia bytes de filmes, programas de televisão, revistas e software para o HD.

Só então Teresita pega os arquivos e leva à casa de seu chefe, que então baixa os arquivos e revende para clientes –eles, por sua vez, repassarão os dados a amigos.

Essas cópias são conhecidas como "paquetes semanais", um serviço que tem possibilitado a cubanos ter acesso a informações depois de alguns dias –por vezes, horas– de terem sido colocadas on-line em outro país.

O movimento é parte de uma revolução de tecnologia em Cuba, onde o compartilhamento de dados se desenvolveu de modo diferente do resto do mundo como resultado da censura governamental, do embargo imposto pelos Estados Unidos e da criatividade de uma população com índices educacionais altos e sedenta de informação.

Esse cenário deve mudar. Quando Barack Obama e Raúl Castro anunciaram a retomada das relações diplomáticas entre Estados Uniodos e Cuba, há duas semanas, seus governos também prometeram melhorias na infraestrutura de comunicação da ilha, feitas por empresas norte-americanas.


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