Folha de S. Paulo


Retrospectiva: 'Streaming' revoluciona o jeito de consumir música

Lucas Jackson - 30.out.14/Reuters
A cantora Taylor Swift, que iniciou polêmica com o Spotify, em Nova York
A cantora Taylor Swift, que iniciou polêmica com o Spotify, em Nova York

Por muito tempo, o Brasil viveu isolado dos novos modelos de oferta de conteúdo digital. Mas 2014 foi o ano em que isso mudou.

Assistimos a chegada de pesos-pesados do "streaming" de música ao país, como o Spotify e o Google Play. Com isso, a forma como consumimos música mudará significativamente.

Na era do "streaming", não são só os CDs que ficam obsoletos. A própria ideia de "download" também fica.

Serviços de "streaming" fazem com os "downloads" a mesma coisa que o iTunes fez com os CDs.

Os números mostram uma tendência: em 2013 houve uma queda de 13% no percentual de músicas vendidas por "download". O recuo deve ser de pelo menos 39% até 2018.

Isso tem um sentido econômico. Um único álbum para "download" custa cerca de R$ 25. Com R$ 15 mensais é possível assinar um serviço de "streaming" que oferece acesso ilimitado a catálogo com milhões de artistas.
Com isso, o Spotify faturou US$ 1 bilhão em 2014, valor pago a gravadoras e titulares de direitos.

Em 2013, o "streaming" já representava 21% do total de receitas da indústria fonográfica. Apesar disso, há muitos desafios pela frente. Um deles é a reclamação de artistas de que não são pagos o suficiente, como a cantora Taylor Swift, que retirou suas músicas do sistema.

No entanto, o avanço do novo modelo tem impacto positivo. Nos EUA, o compartilhamento de arquivos correspondia a 30% de todo o tráfego da internet em 2008. Hoje, é de 8%.

O sucesso do "streaming" tem três explicações: preço compatível, catálogo ilimitado e facilidade de uso. Mas não é perfeito. O preço ainda é salgado e o catálogo tem buracos. De qualquer forma, não seria surpresa ver festas vintage nostálgicas onde o DJ use legítimos arquivos de mp3 baixados antes de 2014.


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