Folha de S. Paulo


Americano é relativamente otimista sobre privacidade on-line, diz estudo

Uma pesquisa divulgada nesta segunda (24) sugere que as revelações de Edward Snowden sobre a espionagem governamental não causou preocupações sobre privacidade on-line no mesmo nível nos EUA que em outros países.

O estudo também indica que a maioria dos americanos estão preocupados com a segurança de informações pessoais.

O questionário on-line de 23,3 mil pessoas em 24 países conduzido pelo Centro pela Inovação Governamental, um grupo de pesquisa canadense, aponta que os americanos veem a internet como menos vital ao seu futuro econômico, político e social do que pessoas de outros países.

Enquanto a pesquisa descobriu que as informações vazadas por Snowden sobre vigilância virtual era de conhecimento do público nos EUA, 62% dos entrevistados americanos disseram à Ipsos, uma firma de questionários, que estão mais preocupados sobre privacidade on-line agora do que estavam há um ano.

Em comparação, essa preocupação aumentou para 83% dos entrevistados no Brasil, na Índia e na Nigéria no mesmo período.

Suecos foram os mais otimistas, com somente 46% indicando que suas preocupações aumentaram.

Mas os americanos estão, de qualquer maneira, infelizes com o momento de segurança virtual de hoje. Apenas 45% dos entrevistados americanos disseram pensar que o governo "fez um trabalho muito bom em tornar a internet do país segura."

Tunisianos foram os mais satisfeitos, com 82% concordando com essa afirmação, enquanto, no outro extremo, apenas 25% dos japoneses disseram se tratar do caso no seu país. Brasileiros estão na casa dos 39%.

Similarmente, apenas 31% dos americanos concordaram que "suas informações privadas na internet estão bastante seguras", ante 48% no Brasil. Suas preocupações se adequam a padrões pouco inesperados.

A pesquisa aponta que 76% dos americanos se preocupam com a possibilidade de suas contas bancárias serem invadidas (próximo dos 79% no Brasil), e 70% estão preocupados sobre mensagens pessoais e fotografias serem acessadas ou roubadas (no Brasil, 76% estão).

Mas desde as revelações de Snowden, apenas 36% dos entrevistados americanos tomaram alguma medida para aumentar sua segurança, ante 53% dos brasileiros e de 69% dos indianos.

Uma minoria dos americanos disseram confiar o próprio governo, as empresas de tecnologia, a ONU ou um grupo de especialistas para supervisionar a internet.

'DIREITO HUMANO BÁSICO'

Enquanto a internet foi uma criação americana, entrevistados nos EUA não são, relativamente, entusiastas da tecnologia.

Setenta e sete por cento dos americanos concordam que a internet "deveria ser um direito humano básico". Em contraste, 86% no Brasil, e mais de 90% dos entrevistados na China, no Egito, na Indonésia, na Nigéria e na Tunísia compartilham dessa opinião.

E apenas 74% concordam que "a internet é importante para seu próprio futuro econômico e o das suas necessidades vitais" nos EUA, ante 97% dos nigerianos e 92% dos indianos (e de 76% dos brasileiros).

A pesquisa foi divulgada em um evento em Ottawa, Canadá, sobre como a internet deveria ser governada, organizado pelo centro de governança canadense e o Chatham House (Instituto Real Britânico de Relações Internacionais).


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