Folha de S. Paulo


Europa pode adotar regras menos estritas para neutralidade de rede

Governos da União Europeia estão considerando regras menos estritas sobre como os provedores de internet devem administrar o tráfego de rede no continente, de acordo com rascunho ao qual a "Reuters" teve acesso.

As regras de neutralidade de rede são parte da proposta da Comissão Europeia de revisar as normas da indústria europeia de telecomunicações para ajudar o setor a competir com companhias norte-americanas e asiáticas.

Os legisladores europeus votaram em abril por regras mais estritas de neutralidade de rede, que impediam operadoras de telecomunicações de priorizar algum tráfego de internet em relação a outros.

Mas o mais novo rascunho da reforma proposta mostra que os Estados-Membros estão pendendo para uma abordagem menos estrita, que apenas proíbe provedores de aplicar gestão de tráfego que "bloqueie, desacelere, altere, degrade ou discrimine conteúdo específico".

O documento não define a neutralidade de rede ou os chamados "serviços especializados", que especificariam o tipo de conteúdo que as operadoras poderiam priorizar em detrimento de outros.

Grandes companhias de telecomunicações disseram que querem ter permissão para fornecer acesso mais rápido a serviços que consomem muita banda, como o YouTube, o Google, e o Neftlix.

Os Estados-Membros vão discutir o texto na quinta (20) e sexta-feira (21) e, caso aprovado, o documento irá para análise dos ministros, que se reúnem em duas semanas.

ESTADOS UNIDOS

A questão também tem levantado polêmica nos EUA, onde a FCC (Comissão Federal de Comunicações, na sigla em inglês) prepara novas regras de regulamentação sobre o tema.

Na semana passada, o presidente Barack Obama defendeu a neutralidade de rede e pediu ao órgão uma regulação mais rigorosa das empresas de telecomunicação.

A proposta inicial apresentada pela FCC em maio foi criticada por gigantes como Google, Amazon e Netflix por possibilitar que provedores (Verizon, Comcast, AT&T e USTelecom) ofereçam tráfego preferencial a serviços de conteúdo, desde que em acordos "comercialmente sensatos". O texto final ainda não foi apresentado.

No Brasil, a neutralidade de rede é determinada pelo Marco Civil da Internet, sancionado em abril pela presidente Dilma Rousseff após tramitar por cerca de dois anos no Legislativo.


Endereço da página:

Links no texto: