Folha de S. Paulo


AT&T cancela investimentos nos EUA à espera de definição de regras da web

A operadora norte-americana AT&T anunciou nesta quarta-feira (12) que vai cancelar provisoriamente investimentos para levar conexões de fibra a 100 cidades dos Estados Unidos, à medida que aguarda decisões da FCC (Comissão Federal de Comunicações, na sigla em inglês) sobre a regulação da internet no país.

"Não podemos continuar investindo dinheiro sem saber sob quais regras esses investimentos serão regidos", disse Randall Stephenson, presidente-executivo da companhia, durante uma conferência, de acordo com a "Reuters".

No começo da semana, o presidente Barack Obama defendeu que a FCC passe a classificar a banda larga como um serviço essencial de telecomunicação -como são a televisão e a telefonia-, o que permitiria uma regulação mais rigorosa das empresas do setor.

A mudança, segundo ele, permitiria que o órgão garantisse no país a neutralidade da rede, que tem sido motivo de disputa entre operadoras e empresas de tecnologia locais.

Em nota, o presidente da Comissão concordou que a internet "deve permanecer uma plataforma aberta para a livre expressão, inovação e crescimento econômico" e disse que "como uma agência reguladora independente, nós vamos incorporar a contribuição do Presidente aos registros".

PROPOSTA

Uma proposta de regulamentação apresentada pela FCC em maio foi criticada por gigantes como Google, Amazon e Netflix, por possibilitar que os provedores (Verizon, Comcast, AT&T e USTelecom) ofereçam tráfego preferencial a serviços de conteúdo desde que em acordos "comercialmente sensatos".

Aberta para comentários do público até setembro, a proposta recebeu mais de 3 milhões de comentários de consumidores, companhias e congressistas americanos. A FCC ainda não estabeleceu um prazo para apresentar sua proposta final sobre o caso.

Os provedores de internet disseram estar alinhados com os princípios de liberdade e abertura defendidos por Obama, mas se posicionaram contrários à reclassificação do serviço de banda larga e a uma maior intervenção regulatória.

Com "Reuters"


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