Folha de S. Paulo


Drones com internet do Facebook terão o tamanho de um Boeing 747, diz executivo

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Imagem do documento do Laboratório de Conectividade do Facebook mostra o que seria um drone da empresa
Documento do Laboratório de Conectividade do Facebook mostra o que seria um drone da empresa

O Facebook usará drones (aviões não tripulados) dotados de equipamento de transmissão de dados com o tamanho de aeronaves comerciais, como o Boeing 747, na sua iniciativa de conectividade em regiões sem acesso à internet, disse um dos executivos responsáveis, Yael Maguire, durante uma conferência nos EUA.

Os drones devem começar a ser testados nos EUA no ano que vem, segundo Maguire.

O projeto Internet.org, do Facebook, inclui o plano de levar conexão à internet a áreas remotas, de maneira semelhante aos balões do Loon, do Google (em testes na Amazônia brasileira).

Os dispositivos, detalhados em um documento disponibilizado pelo Facebook (em inglês), devem voar em uma altitude de cerca de 20 km, grande o suficiente para estar menos sujeito a vento e baixa o suficiente para enviar um forte sinal de internet.

Eles seriam alimentados por energia solar e controlados precisa e remotamente, segundo o documento do Laboratório de Conectividade do Facebook, liderado por Maguire, que falou no evento Social Good Summit, organizado pelo site de tecnologia "Mashable".

"Para que esses aviões voem –aeronaves não tripuladas têm de voar por meses, até anos [antes de voltar à terra]– precisaríamos que eles estivessem acima da meteorologia, acima de qualquer rota aérea", disse Maguire.

"Teriam mais ou menos o tamanho de uma aeronave comercial, como um [Boeing] 747", mas teriam de ser muito mais leves. Um dos modelos em que o laboratório está trabalhando tem o comprimento de seis ou sete carros [Toyota] Prius, mas o peso de quatro pneus do automóvel."

O QUE É

A ideia do Facebook é levar internet ao que diz ser cerca de 20% da população mundial que vivem onde não há sequer rede celular 2G ou 3G. A meta inicial é composta por 21 países latino-americanos, africanos e asiáticos.

Maguire disse que há um grande risco técnico, além dos desafios regulatórios, já que, segundo ele, não há normatização do espaço aéreo acima de 60 mil pés (cerca de 18,2 km).

Em vez de usar balões, como faz o Google (veja galeria de imagens abaixo), o Facebook prefere aeronaves não tripuladas ("não dá para ter uma pessoa por avião se quisermos conectar o mundo todo", diz Maguire) pela precisão e pela autonomia dos drones.

A tecnologia de transmissão usada ainda deve ser decidida. O Facebook diz testar redes rede celular, wi-fi (rádio) e a chamada FSO (free-space optical), que usa sinais de luz, visível ou não.


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