Folha de S. Paulo


Análise: Moto 360 é impressionante, mas não é perfeito

A sensação de operar o relógio conectado da Motorola, o Moto 360, remete um pouco à do primeiro contato que tive com um iPhone e com um iPad, produtos que abriram o caminho para um grande número de semelhantes em seus segmentos.

O "timing", com o perdão do trocadilho, é bom: há anos a indústria de dispositivos móveis vê pouca, se alguma, inovação significante.

O dispositivo foi o primeiro a anunciar que usaria o sistema operacional Android Wear, desenvolvido pelo Google para aparelhos vestíveis e que faz com que o relógio funcione como uma extensão do smartphone.

Pareado por Bluetooth com qualquer celular com o sistema Android 4.3 ou mais recente (a versão 4.4 é a mais nova), o relógio é integrado ao ótimo assistente virtual Google Now para interpretar comandos de voz em português –dá para dizer "envie uma mensagem para fulano", por exemplo, e ditar o texto.

Divulgação
Homem usa o relógio inteligente Moto 360 em demonstração durante o Google I/O de 2014, em junho
Homem usa o relógio inteligente Moto 360 em demonstração durante o Google I/O de 2014, em junho

Bonito e com ótimo acabamento, o relógio –primeiro a ser anunciado com mostrador redondo– é pesado e muito pouco discreto. Sua espessura também pode atrapalhar ao vestir uma camisa de manga comprida.

Em rápido teste, uma de suas alardeadas funções, a capacidade de medir batimentos cardíacos, mostrou funcionamento precário –isso é comum com todo sensor ótico para esse fim, o que não torna as repetidas falhas menos frustrantes.

Também na quinta-feira (4), a taiwanesa Asus apresentou seu "smartwatch", o ZenWatch, que será vendido por € 199 (cerca de R$ 580), mas não tem previsão de chegada no Brasil.

LG e Samsung também têm dispositivos concorrentes, e acredita-se que a Apple vá apresentar o que vem sendo chamado de iWatch durante o evento que realizará na terça-feira que vem (9), quando devem ser apresentados também novos iPhones.

NOVOS CELULARES

Ao menos em primeira análise, pode-se dizer que a chegada da segunda geração dos novos Moto G e Moto X são meramente uma atualização. Isso pode não ser uma má notícia, já que os (bons) preços foram basicamente mantidos.

Uma boa novidade é a câmera do Moto X, anteriormente um ponto fraco, agora tem 13 Mpixels e um diferente flash circular, ao redor da lente –não foi possível, em rápido teste, atestar sua eficiência.

Causa estranhamento, contudo, a notável depressão circular na traseira do Moto X, dedicada a ostentar o logotipo da Motorola.

Ainda que tenha um corpo mais espesso do que a maioria dos celulares mais recentes, o Moto G é campeão em ergonomia –assim como era o primeiro modelo do Moto X, que agora virou um dos grandalhões, ou "phablets".

O que pode agradar muitos é a levíssima modificação do sistema Android pela Motorola –é quase a chamada "experiência pura" do software, encontrada só em aparelhos da linha Nexus, do próprio Google.

O jornalista YURI GONZAGA viajou a convite da Motorola


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