Folha de S. Paulo


Projeto deve criar novo modelo para governança da internet até janeiro

O Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) e a Icann (uma das entidades que controlam a rede mundial de computadores) apresentaram na quinta-feira (28), a iniciativa NETmundial, espécie de Marco Civil da internet global.

Resultante de uma conferência homônima realizada no Brasil em abril deste ano, o projeto visa reunir diferentes setores da sociedade para pensar como estabelecer um controle mais global –menos concentrado nos Estados Unidos– da internet.

Formada por governos, setor privado, academia, técnicos e representantes da sociedade civil, a NETmundial pretende criar um novo sistema, colaborativo, para resolver questões relacionadas à governança da internet.

Esse processo deve culminar numa cúpula durante o evento anual do Fórum Econômico Mundial em janeiro, em Davos, na Suíça. Segundo Klas Schwab, presidente do WEF, o objetivo não é criar uma organização para supervisionar a web, mas "certificar que a rede não se torne fragmentada".

NETMUNDIAL

O Encontro Multissetorial Global Sobre o Futuro da Governança da Internet, também chamado NETmundial, foi realizado em 23 e 24 de abril em São Paulo e reuniu representantes de 80 países.

A conferência foi idealizada pelo governo brasileiro e pela Icann em resposta às denúncias de que os EUA teriam usado a rede para espionar autoridades e empresas do mundo todo, inclusive a presidente Dilma e a Petrobras.

Críticas após as revelações de Edward Snowden, ex-agente da Agência Nacional de Segurança americana (NSA, na sigla em inglês), levaram os EUA a abrirem mão do controle da Icann em março deste ano.

A decisão do governo de Barack Obama trouxe a necessidade de se pensar em uma nova governança "multissetorial, multilateral, democrática e transparente por natureza" da internet, como defendida por Dilma.


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