Folha de S. Paulo


iPhones permitem extração de dados pessoais, diz pesquisador

Paul Sakuma - 7.jun.10/Associated Press
Steve Jobs apresenta o iPhone 4 em San Francisco em 2010
Steve Jobs apresenta o iPhone 4 em San Francisco em 2010

Uma técnica de extração de dados do iPhone cuja existência foi admitida na semana passada pela Apple pode ser usada por autoridades e qualquer um que tenha acesso a computadores sincronizados com os celulares, segundo o especialista em cibersegurança responsável pela exposição do mecanismo.

Em uma apresentação em uma conferência na semana passada, o pesquisador Jonathan Zdziarski mostrou como os serviços tomam uma quantidade surpreendente de dados para o que a Apple agora diz serem serviços de diagnósticos, com o objetivo de auxiliar os engenheiros.

Os usuários não são notificados de que os serviços estão sendo executados e não podem desabilitá-los, disse Zdziarski. Não há como usuários de iPhone saberem quais computadores receberam antes o status de confiável através do processo de backup ou como bloquear conexões futuras.

À medida que se espalhava o conteúdo da apresentação inicial de Zdziarski na conferência "Hackers on Planet Earth", algumas pessoas a citavam como evidência da colaboração da Apple com a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês).

A Apple negou ter criado as chamadas "back doors" para agências de inteligência.

"Desenvolvemos o iOS para que suas funções de diagnóstico não comprometam a privacidade e a segurança dos usuários, mas para que ainda forneçam as informações necessárias para os departamentos de TI corporativos, desenvolvedores e a Apple para solucionar problemas técnicos", disse a Apple.

"Um usuário precisa ter desbloqueado seu dispositivo e concordado em confiar em outro computador para que esse computador possa acessar esses dados limitados de diagnóstico".

O analista da indústria de segurança Rich Mogull disse que o trabalho de Zdziarski foi alardeado em excesso, mas está tecnicamente correto.

"Eles estão coletando mais [dados] do que deveriam, e a única maneira de conseguir isso é comprometendo a segurança", disse Mogull, presidente-executivo da Securosis.


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