Folha de S. Paulo


Twitter bloqueará algumas contas na Turquia após pedido do governo

O Twitter concordou em fechar o perfil de alguns usuários turcos alvos de reclamações do governo, mas não abrirá, por enquanto, um escritório no país, conforme exigido pelo para que pudesse funcionar.

Um funcionário do governo disse à Reuters que, além do fechamento das contas, será estabelecido um "mecanismo mais formal" para o microblog, que terá de considerar resoluções políticas da Turquia em seu funcionamento.

A Turquia exigiu, em reunião com representantes do Twitter na segunda-feira (14), que o site abrisse uma filial em seu território e passasse a recolher impostos.

"O site expressou claramente que não é contra a abertura do escritório local, e disse que se precisar pagar impostos arcará com suas responsabilidades", explicou o funcionário. A empresa, que não se pronunciou sobre o assunto, ainda não decidiu se abrirá a filial.

Por enquanto, a comunicação necessária entre as partes será mantida por advogados do Twitter em Istambul.

No sábado (12), o primeiro ministro Tayyip Erdogan acusou a rede social de ser uma "sonegadora de impostos". O governo estima que o Twitter gere US$ 35 milhões por ano com publicidade na Turquia, valor não tributado pelo país.

BLOQUEIO

O Twitter foi banido na Turquia no último dia 20 por ter servido de plataforma para o vazamento de áudios que, supostamente, provavam a participação de Erdogan em escândalos de corrupção pouco antes das eleições municipais do país.

A rede só voltou a funcionar duas semanas depois por ordem da Corte Constitucional turca, que considerou a medida inconstitucional.

O YouTube, que também foi banido do país em março após vazar uma reunião secreta do governo turco sobre uma possível intervenção militar na Síria, permanece fechado.

Adem Altan/AFP
O primeiro-ministro turco Tayyip Erdogan acusou o Twitter de sonegar impostos
O primeiro-ministro turco Tayyip Erdogan acusou o Twitter de sonegar impostos

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