Folha de S. Paulo


Identificar grupo disseminador na internet ajuda na criação de virais, diz estudioso

Com um grupo de pesquisadores, Paulo Shakarian diz ter encontrado uma explicação para o efeito do viral na internet. Eles criaram um algoritmo para selecionar quem tem o poder real de espalhar mensagens. Segundo ele, entre 3% e 5% do total de usuários de uma rede social consegue "viralizar" algo.

Identificar o que ele chama de grupo-semente ("seed set") é o segredo por trás da teoria. "Se isso acontece, pode haver uma redução das propagandas. Quem trabalha com marketing se voltará ao poder do boca a boca", diz.

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Folha - Como acha que sua teoria ajudaria a entender a viralização na internet?

Paulo Shakarian - Até agora, descobrimos que as redes sociais com acesso mais restrito são menos suscetíveis a espalhar informações. O modo como as pessoas se conectam à internet em redes para propósitos mais variados (como o Facebook, em que o usuário se conecta a grupos de colegas de trabalho, familiares e amigos de escola) facilita as coisas a se tornarem virais.

Qual o percentual do grupo-semente em uma rede social?

Nos nossos testes em amostras no finado Friendster, verificamos 5,6 milhões de indivíduos com 28 milhões de conexões entre si. O grupo-semente era de menos de 1%. A maior parte das amostras que temos também têm pequenos grupos-semente, algo sempre entre 3% e 5% da população. Esse é um dos pontos que ajuda a entender por que as coisas se espalham tão rapidamente.

Por que esse algoritmo é útil?

Conhecer grupos-semente pode ser útil para a área de marketing uma vez que eles poderão focar suas estratégias em grupos menores. Isso pode levar a uma redução das propagandas, uma vez que eles poderiam se voltar ao poder do boca a boca. Acho que a maioria das pessoas adoraria isso. Eu também creio que poderia ser útil para aqueles que operam as mídias. Se o Friendster, por exemplo, tivesse entendido quão frágil era sua rede de usuários, eles poderiam ter evitado o próprio colapso.

Editoria de Arte

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