Folha de S. Paulo


Testamos o acervo e a interface dos principais serviços de assinatura de música; veja

Nos últimos meses, o mercado de música por streaming se agitou.

Enquanto o Google lançou o All Access nos EUA, aumentaram os boatos de que a Apple terá um serviço similar.

No Brasil, o francês Deezer e o Music Unlimited, da Sony, se juntaram a Rdio, Sonora e Grooveshark, entre outros, na disputa pelo mercado nacional de música por assinatura.

A Folha pôs à prova cinco dos principais serviços disponíveis no Brasil mais o líder mundial Spotify, que também deve chegar em breve.

O Grooveshark tem o acervo mais completo, mas os problemas de usabilidade são tantos que ele acaba perdendo a disputa para Rdio, Deezer e Spotify.

William Mur/Editoria de arte/Folhapress

ACERVOS SÃO EXTENSOS, MAS FALTAM CLÁSSICOS

A oferta de serviços de música por assinatura no Brasil aumentou nos últimos anos. O último teste da Folha, em 2011, contemplava apenas dois, Sonora e Rdio --agora, foram testados seis. Mas, apesar da evolução em número e em qualidade de recursos, ainda não dá para abandonar de vez os arquivos MP3 armazenados no computador.

Nos testes da Folha, o Grooveshark foi, com uma margem grande, o que mostrou o melhor acervo.

Por outro lado, a experiência de uso foi a pior no que é mais importante --ouvir as músicas. Faixas repetidas e desorganizadas que saem do ar sem aviso, informações erradas e engasgos são inevitáveis quando se usa o Grooveshark.

Os catálogos dos serviços são parecidos. As exceções, cada uma em um extremo, são o já citado Grooveshark, fartamente alimentado de músicas pelos usuários, e o Terra Sonora, bem mais limitado que os concorrentes.

Somando tudo, Deezer, Rdio e Spotify são as melhores opções. No teste de acervo, Rdio e Spotify levaram pequena vantagem, mas os três catálogos são abrangentes --apesar da ausência de vários discos importantes-- e ágeis para disponibilizar as faixas.

No caso do Spotify, os testes foram feitos usando uma conta britânica. Como o licenciamento das músicas é feito em cada país, dificilmente o catálogo brasileiro será igual.

O Music Unlimited também tem um bom acervo, mas a falta de capricho no design e a lentidão --tanto no navegador quanto nos apps-- tira o serviço da Sony da disputa.

Já as interfaces de usuário do Deezer e do Spotify são competentes, mas não chegam ao nível do Rdio, muito simples, limpo e funcional.

Em resumo, a oferta de música nesses serviços é generosa e deve cobrir a demanda de muitos usuários. Entretanto, com tantas ausências importantes, como discos dos Beatles e álbuns simbólicos da discografia nacional, ainda não dá para abandonar os velhos MP3.

Até agora, o Deezer apresentou a solução mais interessante para o problema. O usuário pode fazer upload das músicas, do seu computador para os servidores da empresa, e incorporá-las à sua conta do serviço.

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QUESTÃO DE MERCADO

Sargento Pimenta -- Os discos de uma das bandas mais populares de todos os tempos não estão em nenhum dos serviços de streaming por assinatura. A Apple é a única que vende as músicas digitais dos Beatles. No iTunes, a discografia completa custa US$ 149

Google na concorrência -- No último Google I/O, evento da empresa voltado para desenvolvedores, foi lançado o Music All Access, serviço de assinatura de música do Google. Por enquanto, ele só funciona nos EUA e não deve chegar ao Brasil tão cedo.

Música fantasma -- Uma reclamação comum dos usuários de streaming é que algumas músicas simplesmente somem dos sites. Normalmente, a explicação dada ao consumidor é que a a retirada das faixas é feita a pedido das gravadoras e dos artistas.


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