Folha de S. Paulo


Criador de empresa holandesa é investigado por ciberataque na Europa

O holandês Sven Olaf Kamphuis está no centro de uma investigação internacional sobre um dos maiores ciberataques já registrados, informou o jornal "The New York Times". O conflito virtual causou congestionamento generalizado na internet em todo o mundo na última semana.

Criador da Cyberbunker, empresa holandesa de hospedagem de sites, Kamphuis ainda não foi acusado de nenhum crime e nega envolvimento no ataque, mas está sendo investigado por autoridades na Holanda e em outros países.

A investigação tenta determinar o papel de Kamphuis ou a ação de suas empresas no ataque virtual que teve como alvo a ONG Spamhaus.

O ataque, que também deixou vários sites inacessíveis, aconteceu após a inclusão da Cyberbunker em uma lista negra da ONG que tem como objetivo combater spams.

Kamphuis diz se considerar um lutador pela liberdade na internet, e é descrito por especialistas em segurança de computadores e ex-colegas de trabalho como "um solitário com habilidades de programação brilhantes".

Desde que o ciberataque ocorreu, o holandês vem concedendo entrevistas para redes de televisão, sugerindo que as pessoas responsáveis pelo ataque estão em países em que não há leis para regular tais ações.

Ele também continuou com provocações no Facebook --postou um comentário dizendo que "a internet está vomitando um câncer, por favor aguarde enquanto está sendo removido".

CIBERATAQUE

Tudo começou porque a ONG Spamhaus bloqueou a Cyberbunker. A alegação foi de que a companhia holandesa mantém em seus servidores materiais usados por pessoas que enviam mensagens com propaganda ou golpes virtuais via e-mail.

Em suposta retaliação ao bloqueio, a ONG foi alvo de ataques, de origem ainda não confirmada, que duraram semanas. Steve Linford, um executivo da Spamhaus, disse à BBC que tratou-se de algo "sem precedentes".

Os hackers que causaram o problema usaram ataques de negação de serviço (DDoS, na sigla em inglês), tática relativamente simples. O objetivo não é invadir o sistema alheio, mas sobrecarregá-lo e "derrubá-lo", dependendo do tamanho da investida.


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