Folha de S. Paulo


Redes rápidas impulsionam aparelhos em feira de comunicação móvel

As redes, quer de banda larga móvel de altíssima velocidade, wi-fi, ou uma combinação de ambas, estão adicionando atrativos aos novos produtos móveis, em um momento no qual a evolução no design de smartphones e tablets está desacelerando.

O smartphone mais rápido do planeta, novos "phablets" --com tamanho intermediário entre um celular e um tablet-- e tablets pequenos otimizados para vídeos e para operar múltiplos aplicativos em redes 4G de telefonia móvel são os principais destaques no Mobile World Congress, em Barcelona.

Bobby Yip/Reuters
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O "phablet" Samsung Galaxy Note entre um smartphone (BlackBerry Bold, no topo) e um tablet (iPad 2)

As redes agora permitem que milhões de outros aparelhos, de cafeteiras a bicicletas, se tornem "inteligentes".

A fabricante de chips Qualcomm, por exemplo, mostrou uma casa conectada na qual um smartphone pode ser usado para ligar uma cafeteira, e os alto-falantes tocam um som quando você entra na sala, porque detectam o celular no seu bolso.

Inovações como essas são possibilitadas pela AllJoyn, uma estrutura de software de fonte aberta compatível com os sistemas operacionais móveis Android, Windows e iOS, que permite que aparelhos se comuniquem uns com os outros diretamente, sem necessidade de um servidor.

"Estamos fazendo da internet uma combinação contínua entre o mundo físico e o digital", disse Brian Spencer, engenheiro do centro de inovação da Qualcomm.

O grupo de telecomunicações norte-americano AT&T, enquanto isso, vai adicionar a casa e o carro dos usuários aos contatos de seus smartphones.

O Digital Life é um produto que permite que um usuário automatize e monitore sua casa remotamente, e substitui a Verizon Communications como parceiro do sistema de conexão on-line OnStar usado nos carros da General Motors.

Glenn Lurie, presidente de empreendimentos emergentes da AT&T, anunciou que o próximo passo seria unir os dois produtos, criando um ecossistema inteligente dedicado às necessidades do indivíduo.

"Quando minha mulher chega de carro em casa e abre a porta da garagem, a casa vai saber que ela chegou, destrancará a porta e acionará o termostato; o futuro será assim", disse Lurie.

PRÓXIMA GRANDE NOVIDADE

Enquanto isso, os aparelhos vestíveis são a próxima grande tendência na conexão, dizem observadores do setor. O Google mostrou no YouTube, na semana passada, alguns dos recursos do Google Glass, um óculos que permite que o usuário veja informações e grave vídeos.

A Apple, enquanto isso, está testando o design de um aparelho inteligente semelhante a um relógio de pulso, produzido com vidro curvo, de acordo com uma reportagem do jornal "New York Times".

Em Barcelona, muitos dos aparelhos vestíveis tinham funções de controle da saúde.

Um monitor de açúcar no sangue está em uso por ciclistas, e os dados são enviados em tempo real a um smartphone Sony Xperia preso ao guidão. As leituras podem ser enviadas a um médico, por meio de uma conexão móvel segura.

O aparelho será usado por uma equipe de diabéticos que fará uma viagem de bicicleta de Bruxelas a Barcelona no mês que vem, segundo Adam Denton, o organizador da viagem.

A maioria dos smartphones e tablets novos exibidos no evento, porém, não mostram novidades ante o formato de tela de toque popularizado pela Apple e pela Samsung Electronics.

A Huawei se destacou dos concorrentes ao enfatizar a velocidade de conexão de seu principal modelo de smartphone, o Ascend P2, enquanto a japonesa NEC adotou uma abordagem nova quanto à forma dos smartphones ao oferecer um modelo com tela frontal e traseira que, desdobradas, resultam em um tablet com tela de 5,6 polegadas.

Olaf Swantee, presidente-executivo do grupo de telecomunicações britânico EE, disse que as redes mais rápidas estavam mudando a maneira pela qual as pessoas usam seus aparelhos e os projetos dos fabricantes para seus novos modelos.

"A miniaturização era a grande tendência, anos atrás, mas agora que os clientes podem fazer muito mais com suas telas, estamos vendo uma maximização do tamanho das telas pelos fabricantes, e não uma minimização".


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