Folha de S. Paulo


Campus Party começa em São Paulo com foco reforçado no empreendedorismo

"Tem gente que acha que a Campus Party é só um lugar com uma baita conexão à internet, onde fica um monte de gente baixando coisa. Mas, para mim, não é só isso. O mais legal do evento é usufruir do networking, das palestras e do conteúdo."

O depoimento é de Ricardo Katayama, 29, cocriador do Tableshare, site que aproxima entusiastas de culinária e se destacou em uma das atividades voltadas ao empreendedorismo na Campus Party do ano passado.

Com debates, concursos, palestras e oficinas, a vocação do evento para formar empresários e negócios de tecnologia volta ainda mais forte na edição deste ano, que começa hoje e vai até domingo, em São Paulo.

"Nosso papel é promover um ambiente real de networking para os empreendedores digitais, desde fomentar a concepção de trabalhos até conectar aceleradoras e investidores", afirma Mario Teza, diretor-geral do evento, no qual já nasceram empresas como o encurtador de links Migre.me, em 2009.

Segundo Luiz Barretto, presidente do Sebrae, os campuseiros são criativos, mas nem sempre têm o conhecimento necessário para viabilizar suas ideias. "Nosso papel é trabalhar temas de gestão empresarial que serão fundamentais no futuro dessa garotada", afirma.

No ano passado, o Sebrae fez da Campus Party o palco de um reality show que teve o Tableshare como finalista e foi vencido pelo Queroo.com, site de planejamento de casamentos hoje rebatizado de Emotion.me.

Neste ano, o Sebrae promoverá a "Maratona de Negócios", que pretende ajudar a transformar 500 ideias em empresas com produtos que possam ser vendidos.
"Até uma amizade que você faz na lanchonete da Campus Party pode ter grande impacto na sua vida profissional", diz Eduardo L'Hotellier, 27, cofundador do GetNinjas.

Seu site, espaço para encontrar todo tipo de profissional, foi eleito a melhor start-up brasileira de 2012 pelo site "The Next Web". E L'Hotellier, que começou a frequentar a Campus Party em 2011 como participante "comum", será destaque de três atividades neste ano.

Felipe Salvini, 29, cofundador da Sieve, empresa de soluções para comércio eletrônico que venceu o desafio Campuseiros Empreendem em 2011, destaca a exposição na mídia que teve depois da participação no evento.

"Antes da Campus Party de 2011, nós tínhamos seis funcionários e um cliente. Fechamos o ano com cem clientes e 15 funcionários. Em 2012, chegamos a 250 clientes e 60 funcionários."

Ganhar prêmios e arregimentar investidores na Campus Party, porém, não é garantia de sucesso.

Dos dez projetos selecionados no desafio Campuseiros Apresentam em 2010, por exemplo, três sumiram do mapa e um ainda está em "fase privada de desenvolvimento".


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