Folha de S. Paulo


Longa de animação narra 4 momentos do Brasil: de 1565 a 2096

"Mas não tem algo mais fácil para sua estreia como diretor?" Isso o cineasta Luiz Bolognesi escutou demais, desde que escreveu o filme premiado "Bicho de Sete Cabeças", em 2001, e decidiu que seu próximo projeto seria dirigir um longa-metragem em desenho animado.

Luiz ouve essa frase há 12 anos, apesar de, nesse tempo, ter escrito ficções e codirigido documentários com Laís Bodanzky, sua parceira e mãe de suas duas filhas.

Agora, finalmente, "Uma História de Amor e Fúria" estreia em 70 cinemas no Brasil no início de abril.

Dessa dúzia de anos, quatro foram gastos na elaboração do roteiro, enquanto oito foram usados na feitura do desenho. Selton Mello e Camila Pitanga, as vozes dos principais personagens da animação, gravaram a primeira versão da história em 2005.

"Em animação, a primeira coisa que você faz é gravar as vozes. Depois, desenha em cima disso", conta Luiz. "E, nesses oito anos, o Selton voltou para regravar todo ano. Porque algumas cenas estavam malconstruídas e acabei mudando o roteiro. A Camila voltou seis vezes ao estúdio."

Pelas cenas nestas páginas, já dá para intuir que o cineasta se inspirou em gibis adultos, de autores como Frank Miller e Moebius, e em animações como a canadense "Heavy Metal", de 1981 ("Assisti oito vezes seguidas").

Mas ele tem outro hobby: história do Brasil. E é esse o pano de fundo do filme. Enquanto massacres acontecem, os protagonistas vão do século 16 até o 21, em 2096, contracenando com personagens históricos e embalados por uma mitologia indígena.

Confira, nos quadros acima, o diretor assumindo o papel de historiador dos quatro episódios de seu filme.

VEJA O TRAILER DE "UMA HISTÓRIA DE AMOR E FÚRIA"

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