Folha de S. Paulo


Confira mitos e verdades sobre doenças de pele

A pele é o maior órgão do corpo humano e não é pequeno o número de doenças que a atinge: vitiligo, psoríase e dermatites são apenas algumas delas.

Além do sofrimento físico -dor e coceira são sintomas comuns- os pacientes ainda sofrem com o preconceito.

"Nenhuma dessas enfermidades (vitiligo, psoríase ou dermatite atópica) é contagiosa. São doenças inflamatórias da pele e, por isso, não têm risco nenhum de contágio. Os pacientes podem frequentar praia, piscina, usar a mesma escova de cabelo e tocar os demais", diz Ricardo Romiti, dermatologista responsável pelo ambulatório de psoríase do Hospital da Clínicas da USP.

A Folha ouviu especialistas a respeito de mitos e verdades sobre doenças de pele.

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A dermatite atópica só se manifesta na infância
MITO. A doença geralmente aparece na infância, a partir dos três meses de idade. É a dermatose mais prevalente na infância, mas cerca de 40% dos pacientes podem apresentar a doença na vida adulta. Entre esses, apenas 10% sofrem com manifestações graves.

A dermatite atópica só aparece quando a pessoa passa por situações estressantes
EM TERMOS. Segundo Aoki, o estresse é um dos fatores relevantes que desencadeiam a dermatite, mas não é o único. "Mas, mesmo assim, abordamos os aspectos emocionais do paciente como parte da estratégia terapêutica", diz.

Dieta rica em glúten e lactose é responsável pela dermatite atópica
MITO. O que acontece é que, em crianças, cerca de 15 a 30% dos pacientes apresentam algum grau de alergia alimentar. Apesar da relação, a dermatologista explica que dietas de restrição não são geralmente eficazes no controle da doença, salvo em pacientes que comprovadamente possuam alergia a certos alimentos.

Psoríase e vitiligo não têm cura
VERDADE. Como doenças crônicas, o vitiligo e a psoríase não têm cura. É possível, porém, tratá-las e, em alguns casos, as lesões podem regredir.

Quem tem vitiligo não pode tomar sol
MITO. "O Sol é uma faca de dois gumes", diz a dermatologista Flávia Addor, especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). O Sol, ou equipamentos que reproduzem sua radiação, são usados no tratamento, combinados com medicações que induzem a repigmentação. Mas sempre por um período curto, em um horário determinado e com aplicação de protetor solar.

Quem tem psoríase só pode usar cosméticos com formulações específicas
MITO. A psoríase não é uma alergia, é uma doença crônica. "O paciente pode usar o que estiver acostumado, mas deve evitar usar produtos por cima da pele fissurada", diz Ricardo Romiti, dermatologista responsável pelo
ambulatório de psoríase do Hospital da Clínicas da USP.

O Sol piora a psoríase
MITO. Exposição moderada ao Sol é uma forma de tratar a doença. "É por isso que nos meses de frio a doença tende a se agravar. A falta de Sol, somada aos banhos quentes, comuns no inverno, não fazem bem para a pele", afirma Romiti.

Tratamentos naturais são melhores porque têm menos efeitos colaterais
MITO. "Os produtos naturais, de origem desconhecida, podem desencadear alergias que pioram o aspecto da pele", diz Romiti. O médico esclarece que outra recomendação popular que não deve ser seguida é a de que o paciente tem que ficar limpando a pele. "Banhos longos e uso de sabonetes bactericidas deixam apele mais ressecada. O ideal é usar um sabonete neutro glicerinado."


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