Folha de S. Paulo


Para modelo com vitiligo, aceitação ajuda a superar o preconceito

Eliane Medeiros na abertura do Fórum de Saúde da Pele

Aceitar uma doença dermatológica é o primeiro passo para enfrentar o preconceito decorrente dela.

O tema foi abordado pela modelo tocantinense Eliane Medeiros, 20, que é portadora de vitiligo, na abertura do primeiro fórum Saúde da Pele, realizado nesta quinta-feira (26) pela Folha, em parceria com a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).

Para Eliane, que foi diagnosticada aos cinco anos, aceitar a doença foi um processo difícil que passou por enfrentar o preconceito das pessoas, principalmente na adolescência. "A gente sofre preconceito no olhar, nas pequenas atitudes como as pessoas que querem se afastar, não querem triscar. Foi muito difícil, chorava escondida em casa".

A modelo lembrou um episódio ocorrido quando tinha 12 anos que a marcou. "Estava andando na rua com minha mãe e cruzei com um pai, que estava com a filha. Ele a puxou disse para ela não passar do meu lado porque poderia pegar a doença".

Ela ainda destacou que os tratamento caros e demorados também a fizeram refletir sobre sua condição e aceitar a doença.

"Comecei a me perguntar como seria se não tivesse vitiligo e não consegui me imaginar. Então eu abracei [a doença] como uma característica minha, como o meu cabelo é preto".

Eliane também falou que tenta usar seu trabalho como uma ferramenta de transformação social, incentivando outras pessoas a se aceitarem. "Saber que aquela dor que eu senti, muitas e muitas pessoas sentiram também é muito triste. Mas a gente tenta mudar isso".


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