Folha de S. Paulo


Escola em Fortaleza faz evento para levar estudantes ao Enem

Uma vez ao ano, às vésperas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), alunos da escola estadual Jenny Gomes, em Fortaleza, passam a madrugada lá, em meio a reforço de matérias e shows de humoristas, bandas e DJ.

O projeto JG Night faz parte de um maior, o Pedra de Roseta, cujo objetivo é incentivar os alunos a prestar o exame que pode levá-los a uma universidade. Em 2008, só um aluno da escola fez o Enem. Oito anos depois, 132 se inscreveram.

Jarbas Oliveira/Folhapress
O prefeito de SP, João Doria, inaugura centro de acolhimento para moradores de rua na Barra Funda (zona oeste), nesta sexta-feira
Marcos Antônio Bezerra Costa, diretor da Jenny Gomes, em Fortaleza, referência em ensino público

O Pedra de Roseta foi criado sem intervenção da Secretaria da Educação do Ceará. Ilustra bem como funciona o sistema descentralizado de gestão escolar no Estado.

"São três blocos de autonomia: pedagógica, financeira e administrativa. Os modelos dão liberdade à escola para encontrar as melhores alternativas nessas três áreas, que condizam com a realidade de cada comunidade", afirma Idilvan Alencar, secretário da Educação do Ceará.

Os diretores são, na maioria, escolhidos em eleição. Votam professores, alunos, pais e funcionários para mandatos de quatro anos. As exceções são colégios profissionalizantes e os que estão sendo inaugurados. "Esses precisam de gerentes especializados em certas áreas. Para o restante, realizamos provas. Os aprovados vão ao voto da comunidade", explica.

O eleito tem autonomia para gerir os projetos que quiser e pode aderir ou não a propostas indicadas pela secretaria. Não pode haver alterações curriculares.

SEM BÊNÇÃO

A escola recebe verba anual da secretaria e faz suas compras como achar melhor (mas presta contas e faz licitação). Há liberdade também para buscar verba em outros lugares, sem necessidade de bênção da secretaria.

"Construímos uma área coberta onde fazemos feiras culturais com dinheiro de projetos federal e estadual [Dinheiro Direto na Escola e Jovem do Futuro]. Isso nos dá liberdade para investir no setor que mais precisa", diz Marcos Antônio Bezerra Costa, diretor da Jenny Gomes.

Para monitorar a gestão há conselhos, dos quais fazem parte também pais e membros da comunidade. Esse grupo atua não apenas na cobrança de resultados da administração mas também na manutenção do colégio.

Foi assim na escola Albaniza Rocha, em Maracanaú, região metropolitana de Fortaleza. "Há quatro anos, havia a ameaça de municipalização, para incluir alunos do fundamental. A comunidade, por meio do conselho, lutou e conseguiu manter só os alunos do ensino médio", afirma a diretora, Helena Uchoa.

Hoje, a escola tem aulas em tempo integral, que era outra necessidade da comunidade.


Endereço da página: