Folha de S. Paulo


Empresas apostam em vocação cultural e comercial da região central

Lalo de Almeida/Folhapress
Vista aérea do Sesc 24 de maio, no centro de São Paulo
Vista aérea do Sesc 24 de maio, no centro de São Paulo; complexo foi inaugurado em agosto

A região central está fazendo as pazes com sua vocação cultural e comercial. Estão previstos para a região lançamentos imobiliários, novos centros de compra e espaços culturais. Pesam a favor da região a infraestrutura de transporte, o grande fluxo de pessoas e até o preço do aluguel –mais baixo do que regiões nobres da cidade.

A primeira das maiores iniciativas previstas a ser entregue será o Farol Santander, um espaço cultural no edifício Altino Arantes (o Banespão), que tem 35 andares e 160 metros de altura. A inauguração do novo espaço, que terá um mirante, está prevista para o fim de novembro.ag

A região também deve contar com uma nova unidade do Sesc ao lado do Mercado Municipal. Com previsão de inauguração para 2021, o Sesc Parque Dom Pedro 2º será o quinto no centro da cidade. O mais recente, o Sesc 24 de Maio, foi aberto em agosto.

Próximas à praça Roosevelt, que já vive uma agitação de bares e teatros, duas iniciativas devem atrair ainda mais público. O teatro Cultura Artística, que pegou fogo em 2008, vai começar a ser restaurado e a previsão é que seja reaberto em 2021. O imóvel, inaugurado em 1950, foi projetado pelo arquiteto Rino Levi e exibe um painel de 48 metros de comprimento de Di Cavalcanti. Na nova fase, deixará de ser teatro e passará a oferecer duas salas para música de câmara.

"São Paulo já é bem servida de teatros, mas não tem uma casa para música de câmara", diz Frederico Lohmann, superintendente do Cultura Artística.

Os recursos para o restauro ainda estão sendo levantados. Até o momento foram arrecadados R$ 30 milhões, sendo R$ 4 milhões do BNDES e o restante de 400 doadores, valor que não cobre o necessário para toda a obra.
Quase em frente ao Cultura Artística, na rua Martinho Prado, está a construção do que será o Museu Judaico. Ali funcionava a Sinagoga Templo Beth-El, inaugurada em 1932. Em 2007, começaram as obras para transformar o espaço em museu. A diretora-executiva do local, Roberta Alexandr Sundfeld, afirma que a expectativa é que a abertura seja em 2018, mas ainda depende da captação de recursos para completar o investimento necessário.

NOVOS PRÉDIOS

Iniciativas mais comerciais também despontam. A incorporadora Setin é uma das que mais apostam na região. Com dois empreendimentos entregues há dois anos e já habitados, Antonio Setin, dono da empresa, diz que deve entregar mais três neste ano, um na avenida São Luís, outro perto do início da avenida Brigadeiro Luís Antônio e o terceiro na praça da República.

O grande fluxo de pessoas também atraiu a atenção para o centro comercial que fica na estação São Bento do Metrô. O consórcio Itashopping ganhou uma concessão para explorar o local, que já está em obras há dois meses.

Segundo Odivaldo Silva, responsável pelo planejamento do que será o Pátio Metrô São Bento, cerca de R$ 4 milhões foram investidos no centro comercial, que deve ter 60 lojas. A estimativa é que as obras sejam entregues em duas fases, a primeira em novembro deste ano e a segunda em abril de 2018.


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