Folha de S. Paulo


Rio instala academias em postos de saúde

Raquel Cunha/Folhapress
Professor de educação física monitora treinos em unidade de saúde da zona norte do Rio
Professor de educação física monitora treinos em unidade de saúde da zona norte do Rio

A ideia era ajudar no tratamento dos pacientes que deixavam os postos de saúde com diagnóstico de hipertensão ou diabetes.

Mas o programa Academia Carioca, que começou em 2009 com três profissionais em três unidades, hoje possui cerca de 113 mil alunos cadastrados que frequentam as unidades médicas não apenas para tratar de alguma doença, mas, principalmente, para evitá-las.

As academias funcionam em todas as 200 unidades de saúde da cidade do Rio de Janeiro, sendo que 126 delastêm aparelhos de ginástica.

Nesses espaços são oferecidas aulas de alongamento, de artes marciais, de dança e de caminhada. Todas as atividades são monitoradas por professores de educação física e funcionários das unidades de saúde.

De acordo com Junia Cardoso, coordenadora de prática em saúde do programa Academia Carioca, o objetivo do projeto é incentivar a medicina preventiva.

"As pessoas só procuram as unidades de saúde quando estão doentes. Queremos mudar essa visão, atuando no auxílio e na prevenção. O sedentarismo é algo que colabora para o agravamento de diversas doenças e, como muitos pacientes não tinham condições financeiras, resolvemos oferecer essa estrutura dentro das unidades," afirmou a coordenadora.

CONTROLE DE DIABETES
Todos os alunos do programa, afirma Cardoso, são monitorados e muitos conseguiram controlar e amenizar casos de diabetes, hipertensão e obesidade, com a redução do uso de medicamentos.

Foi o caso de Ribamar Duarte, 58, que participa do programa há cinco anos, desde quando foi diagnosticado com diabetes. "Após saber, entrei em depressão, meu estado de saúde só piorava. Até que um dia me chamaram para participar das atividades. Comecei com caminhada. Hoje estou 36 quilos mais magro, tenho uma qualidade de vida melhor," afirma Duarte.

Para ele, o principal é que o programa é gratuito. "Eu precisava fazer exercícios, mas não tinha dinheiro para pagar uma academia", diz.

A Prefeitura do Rio de Janeiro informou que, até 2017, investiu cerca de R$ 65 milhões no programa. O custo de instalação dos aparelhos é de R$ 60 mil.

Nas academias aparelhadas, são dez equipamentos que podem ser usados por até 30 pessoas ao mesmo tempo.

Os aparelhos têm funcionalidades diferentes: trabalham flexibilidade e força muscular, mas utilizando apenas o peso corporal do usuário, para evitar lesões.


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