Folha de S. Paulo


Veja casos de pacientes que tiveram problemas durante tratamento

Espera, processos: confira abaixo a história de quatro pacientes que tiveram problemas relacionados ao tratamento de doenças

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"Após implante no cérebro consigo fazer tudo sozinho"

Descobri que tinha doença de Parkinson em 2011. Comecei a fazer o tratamento para controlar os espasmos com um medicamento que me custava cerca de R$ 140. Depois, fui orientado a pegar o medicamento pelo
SUS. A dose foi aumentando, e eu não sentia melhora, apenas um controle temporário dos sintomas –no fim, o efeito do remédio durava uma hora. Não podia sair de casa sozinho. Numa consulta, soube que poderia
fazer o implante de um neuroestimulador no cérebro para controlar os sintomas. Era a melhor solução, mas custaria R$ 150 mil. O convênio médico concordou em cobrir o procedimento, porém esperei vários meses
para que marcassem a cirurgia. Quando marcaram, o hospital não foi considerado adequado pelo médico que faria o procedimento. Só quando entrei com ação na Justiça a cirurgia foi remarcada, para abril deste ano.

Hoje consigo fazer qualquer tarefa sozinho, voltei a cuidar da minha casa e ainda posso curtir meu neto

FÁBIO TORQUATO, 48, de Guarulhos (SP)

Lalo de Almeida/Folhapress
Guarulhos, SP. 09/06/2016. Fabio Torquato, 48, que instalou um neuroestimulador no cerebro pago pelo convenio para ajudar no tratamento do Mal de Parkinson. ( Foto: Lalo de Almeida/Folhapress, ESPECIAL ) *** EXCLUSIVO FOLHA
Fabio Torquato, 48, DE Guarulhos (SP)

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"Na emergência, a gente não pensa em como vai pagar"

Há dez meses, tive de fazer uma cirurgia de emergência no coração. Os médicos disseram que havia uma lesão muito perto da veia aorta. Fui internada de emergência. Fiquei em observação, fiz exames e uma cirurgia.

Depois, foram mais 23 dias para me recuperar. O plano de saúde pagou o custo do hospital, mas reembolsou menos de um terço dos honorários médicos –de quase R$ 130 mil. Meu marido pagou o restante e decidimos mover uma ação contra o plano para reaver o dinheiro. Havia risco de morte quando fui internada. Nessa hora a gente não pensa como vai resolver os honorários ou como pagar, você só quer solucionar o problema

ZILBA MAZOTTI, 73, de São Paulo

Lalo de Almeida/Folhapress
Sao Paulo, SP. 10/06/2016. Zilda Manzotti, que apos fazer uma intervençao cardiovascular no hospital Sírio-Libanes, nao teve os honorarios medicos coberto pelo seguro-saude. ( Foto: Lalo de Almeida/Folhapress, ESPECIAL ) *** EXCLUSIVO FOLHA
Zilda Manzotti, 73

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"Plano autorizou atendimento e depois não quis pagar"

Cheguei ao trabalho e comecei a passar mal. Não conseguia terminar uma frase. Fui para o hospital com meus filhos. A minha preocupação era ter um derrame.

No hospital, fui submetido a uma ressonância magnética e nada de anormal foi encontrado. Os médicos acharam melhor passar a noite internado para que pudessem fazer um eletroencefalograma. Nenhuma alteração.

Veio então o pedido de uma ressonância magnética das carótidas, com contraste. Passei outra noite no hospital.

O terceiro exame também não encontrou nada e recebi alta.

No mês seguinte, voltei ao mesmo hospital para uma cirurgia de extirpação de um tumor no rim. O procedimento já estava marcado desde o final do ano passado. Há 35 anos, tenho o mesmo plano de saúde, pelo qual pago cerca de R$ 5.000 por mês.

Ao voltar para casa depois da operação, recebi dois boletos do hospital no valor de R$ 17 mil. A seguradora justificou: embora tivesse autorizado o atendimento, optou por não custear parte dos gastos, por entender que eles não possuíam cobertura contratual. Sem entender nada, entrei na Justiça e consegui uma liminar para o pagamento.

ANTÔNIO CALABREZ, 64, de São Paulo

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Sao Paulo, SP. 11/06/2016. Antonio Carlos Calabrez que apos duas internaçoes no Sirio-Libanes teve parte das despesas hospitalares não cobertas pelo seu seguro saude. ( Foto: Lalo de Almeida/Folhapress, ESPECIAL ) *** EXCLUSIVO FOLHA
Antônio Carlos Calabrez, 64, de São Paulo

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"Convênio me negou cirurgia de emergência"

Contratei um convênio em 2013, com hérnia como doença preexistente.

Em 2014, dentro do prazo de carência para de hérnia, fui ao hospital com dores fortes na coluna, não conseguia andar. Recebi o diagnóstico de estreitamento foraminal bilateral [um etreitamento do espaço do disco da coluna vertebral]. O convênio negou a cirurgia mesmo em estado de urgência e com uma doença diferente. Comprei com meu dinheiro a prótese de R$ 15 mil para a realização da cirurgia, e o hospital fez o procedimento, de R$ 50 mil. Um dos parafusos foi mal colocado e o procedimento, refeito. Além de estar afastado do trabalho, tenho dores e ando com dificuldade. Já gastei mais de R$ 18 mil com remédios. Como o convênio faliu, estou processando o hospital, que me cobra pela cirurgia.

TIAGO PIMENTEL, 33, de São Paulo

Lalo de Almeida/Folhapress
Sao Paulo, SP. 08/06/2016. Tiago Pimentel, que operou a coluna duas vezes e o plano de saude não quis cobrir as despesas. ( Foto: Lalo de Almeida/Folhapress, ESPECIAL ) *** EXCLUSIVO FOLHA
Tiago Pimentel, 33, de São Paulo

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