Folha de S. Paulo


Na crise, é preciso fortalecer o SUS, diz secretário municipal da Saúde de SP

Abertura

Durante a recessão econômica, é preciso fortalecer o SUS, não o contrário, disse o secretário municipal da Saúde de São Paulo, Alexandre Padilha, na abertura do 3º Fórum a Saúde no Brasil, promovido pela Folha.

A declaração de Padilha, ex-ministro da Saúde do governo Dilma Rousseff, soa como uma resposta à afirmação do atual ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), que em maio defendeu que o tamanho do SUS precisa ser revisto.

"Gasto com SUS é investimento. O retorno do PIB é de uma vez e meia daquilo que é investido", afirmou Padilha.

Segundo ele, o SUS aumenta a geração de empregos, o que reduz a inadimplência. "Sem o SUS não teríamos 12 milhões de brasileiros formalmente empregados."

Para o secretário, outro efeito do fortalecimento do sistema público de saúde é uma melhoria nos serviços ofertados pela rede privada.

Em um segundo momento, Padilha também defendeu a ampliação do atendimento básico e das campanhas de prevenção como forma de reduzir gastos desnecessários futuros.

Questionado sobre alternativas para financiar a saúde, o secretário afirmou que a crise é também um momento de discutir uma profunda revisão tributária. "É o momento de discutir taxação sobre grandes heranças, sobre grandes fortunas e sobre movimentação financeira para financiar a saúde."

SEMINÁRIO

O 3º Fórum a Saúde no Brasil tem como tema a saúde em tempos de recessão e acontece nesta terça e quarta (14 e 15) das 8h30 às 13h30 no Tucarena, auditório da PUC-SP (r. Monte Alegre, 1.024, em São Paulo).

Serão debatidos aspectos como as finanças do setor de saúde suplementar e dos hospitais particulares, a viabilidade do SUS, a importância da prevenção e da atenção primária na redução de custos e a possibilidade de novos modelos de assistência médica.


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