Taxar grandes fortunas para aumentar fonte de recursos para a saúde e reavaliar o sistema de saúde universal foram algumas das propostas para os desafios do financiamento em saúde, tema da última mesa do 2º Fórum a Saúde do Brasil, promovido pela Folha.
Tanto a crise mundial quanto a política econômica atual foram apontadas como fatores que reduziram a verba destinada à saúde.
Para Áquilas Mendes, professor de saúde pública da USP, é preciso pensar em novas fontes de recursos. Ele citou como exemplo usar a taxação de grandes fortunas para financiar a saúde.
| Jorge Araújo/Folhapress | ||
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| Áquilas Mendes, da USP (esq.), Marcos Ferraz, da Unifesp, e Osmar Terra, deputado federal, no fórum |
Mas só aumentar recursos não é solução para Marcos Bosi Ferraz, diretor em Gestão de Saúde de Medicina da Unifesp. Segundo ele, como a demanda em saúde é brutal e não para de crescer, é essencial discutir ações para diminuir a ineficiência do sistema e o mau uso dos recursos.
Ferraz também é a favor de uma reavaliação do sistema de saúde universal que norteia o SUS. "Dar tudo para todos é ilusão, não existe. Se o sistema fosse universal mesmo, não teríamos metade da população pagando plano privado de saúde."
Já Mendes e o deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS), presidente da Frente Parlamentar de Saúde da Câmara, defenderam o conceito de saúde universal. Terra afirmou que garantir a saúde muda a história de vida da população.
"A questão é política. Mas ficar de Dom Quixote com o governo jogando contra é difícil", disse Terra.