Folha de S. Paulo


Associação cria mercado de ações para promover a reciclagem

Após a sanção da lei que estabeleceu a nova Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), as empresas brasileiras precisam se preocupar com a reciclagem das embalagens que comercializam, é a chamada logística reversa de embalagens pós-consumo.

Para se adequar à norma, uma empresa tinha três opções: fazer todo o recolhimento ela própria, criar postos de coletas voluntários ou investir em uma cooperativa.

Agora, no entanto, poderá também recorrer à Bolsa Verde do Rio de Janeiro (BVRio), associação sem fins lucrativos que faz a intermediação entre empresas e cooperativas de reciclagem de lixo.

A cada tonelada de material reciclado, a cooperativa inscreve um crédito no site, entrando no chamado BVTrade (mercados de ações de créditos). O processo é comprovado através de documentos e notas fiscais.

Uma empresa que precisa reciclar suas embalagens compra esses créditos e pode comprovar a reciclagem do material. Dessa forma, a remuneração do catador aumenta.

"É como se a empresa terceirizasse o serviço dela, deixando a operação mais barata", diz Luciana Freitas, responsável pelo departamento de logística reversa da BVRio. "Nós acreditamos que isso vai ajudar a aumentar o serviço de catação, porque os catadores vão receber mais. Teremos mais reciclagem e um meio-ambiente mais limpo. Todo mundo sai ganhando."

Embora esteja sediada no Rio de Janeiro, a Bolsa Verde está presente em 22 estados brasileiros através de 118 cooperativas e 4.500 catadores. O volume mensal de reciclagem já chega a sete mil toneladas por mês.

O Grupo O Boticário foi o primeiro a aderir a bolsa no último mês.

OUTRAS AÇÕES

Além de trabalhar com o mercado de logística reversa de embalagens pós-consumo, a BVRio também está presente no mercado florestal, comercializando cotas de reserva ambiental.

Todo agricultor precisa preservar parte da mata virgem do local onde planta, mas nem sempre isso é possível. Quando isso não acontece, ele tem a possibilidade de comprar de outros agricultores que tenham hectares intactos.

A outra frente trata das unidades de preservação. É quando o governo transforma uma área em um parque ou unidade de preservação e famílias são desapropriadas.

Uma empresa que precisa preservar, mas não consegue, pode assumir a dívida da desapropriação e assim ter uma área de preservação.

Mais informações podem ser obtidas no site da instituição.


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