Folha de S. Paulo


Pais e crianças trocam e doam brinquedos no mês do Natal; confira dicas

O Natal vem aí e, com ele, uma nova leva de presentes. Muitos serão desprezados já na primeira semana, alguns nem sequer serão manuseados. Para diminuir o volume em casa e fazer os brinquedos circularem, pais recorrem a doações, trocas ou aluguel.

Monique Trojano de Barros, 9, ganha um montão de brinquedos nas datas comemorativas. Ainda não escolheu o presente deste ano, mas já sabe o que não quer mais: "Vou dar as Barbies. Já não brinco mais com elas, agora eu só quero saber de tocar a minha guitarra de verdade".

A menina já começou a arrumar a caixa de doações natalinas, e a mãe respira aliviada. "A iniciativa de doar partiu dela", conta a gestora pública Priscilla Trajano, 42. "Aqui em casa, com duas crianças, desapego é uma questão de sobrevivência. Há alguns meses doei quatro barracas infantis. Imagine tudo isso no meio da sala!"

Tentar desviar a atenção dos filhos do consumo, nesta época, não é tarefa fácil, mas há alternativas. Em São Paulo --e em todo o país--, pipocam feiras de trocas de brinquedo organizadas em parques, praças e escolas.

O produtor audiovisual Newton Souza, 42, foi a uma com a filha Dolores, 4, na escola onde a menina estuda, e conta que se divertiu tanto quanto a pequena. "Três dias antes ela chorava dizendo que não queria levar os brinquedos, depois ela própria começou a separar. No final, acabou levando alguns de seus favoritos", conta o pai.

"As crianças trocavam e começavam a brincar ali mesmo. Foi um exercício de desapego incrível. Ela entendeu que a própria troca em si já é divertida", afirma Souza.

A jornalista e modelo Michelly Pettri se assustou quando percebeu que o filho Arthur Enrico, 4, só queria saber de ir ao shopping. "Comprar era uma palavra mágica. Fiquei preocupada com a futilidade e decidi tirar o foco do consumo da educação dele", conta a mãe. Primogênito nas duas famílias, Arthur começou a ganhar presentes ainda na barriga. Em alerta, a mãe acabou descobrindo o serviço de aluguel de brinquedos, do qual já é cliente há dois anos.

O serviço é recente no Brasil. A criança pode renovar a assinatura do brinquedo até enjoar e, depois, trocá-lo por outro. "No começo foi bem difícil, ele não queria devolver, chorava... Com o tempo, passou a entender que os brinquedos não precisavam ser comprados", conta Michelly.

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ALUGUEL

Serviços de assinatura oferecem brinquedos para crianças de todas as idades.

Joanninha
Especializada em brinquedos educativos importados. Além da capital, atende ABC, Alphaville e Granja Viana. Os planos vão de R$ 80 a R$ 150.

www.joanninha.com.br

Clube do Brinquedo
Oferece acessórios, como andadores e cadeirinhas, e brinquedos vendidos no mercado nacional. Planos variam de R$ 75 a R$ 175.

www.clubedobrinquedo.com.br

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DOAÇÕES

As entidades abaixo retiram doações, mas também há pontos de coleta em locais como supermercados e redes de conveniência.

Mercatudo Casas André Luiz
Aceita doações de brinquedos e outros objetos em bom estado. Possui nove lojas espalhadas pela Grande São Paulo, capital e interior.

www.mercatudo.org.br. R. São Gabriel, 428, Vila Galvão, Guarulhos, tel. 2459-7000.

Bazar Samburá
Realizado pelo Lar Escola São Francisco, vende e aceita brinquedos, além de todo tipo de móveis e objetos. À exceção das zonas leste e norte, retira doações de graça na cidade.

R. França Pinto, 783, Vila Mariana, zona sul, tel. 5908-7899.

Exército da Salvação
Também vende e aceita roupas, brinquedos, eletrônicos e móveis. Agendamento por telefone ou on-line.

www.exercitodoacoes.org.br. Av. Santa Catarina, 1.781, Vila Mascote, zona sul, tel. 4003-2299.

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FEIRA DE TROCAS

Não tem nenhuma perto de sua casa? Organize a sua.

1. Escolha a data e o local da feira. Vale praça, escola, igreja e condomínio.

2. Encontre ajudantes: adultos dispostos a trabalhar recepcionando as crianças, etiquetando brinquedos, mediando trocas e eventuais conflitos.

3. Imprima e distribua o material de divulgação. No site mobilizacao.alana.org.br, há modelos de cartazes, filipetas e convites, além de um guia detalhado em PDF e calendário dos próximos eventos.

4. Divulgue o evento em sua comunidade e nas redes sociais.


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