Folha de S. Paulo


Ativistas que 'salvaram' beagles de laboratório são questionados por defensora dos ratos

Judy se engraçou com Pixel, Luly teve um chamego com Sid e a ligeira Kiss pegou Bob de jeito. Manter três casais de ratos em casa não poderia dar em outra: só neste mês, 12 filhotes nasceram de uma vez.

Estudante de enfermagem goiana, Thaciane de Jesus, 23, é a dona dos 18 roedores --que chegam a até 40 cm.

"Se beagles são animais, ratinhos são o quê?", questiona. "Amo ratos do fundo do coração, e as pessoas deveriam ser menos hipócritas."

A jovem se refere ao episódio mais comentado da semana passada.

No dia 18, ativistas invadiram a sede do Instituto Royal, em São Roque (a 60km da capital), e levaram 178 cachorros da raça beagle.

Eles eram usados para estudos. Assim como os ratos de laboratório da espécie twister, que lá estão até hoje.

Dona do site I Love My Rat Forever, que traz dicas sobre criação e fotos de leitores abraçados aos seus ratos, Thaciane tinha só 14 anos quando comprou seu primeiro twister --escondida dos pais, diga-se.

"Ele passou um mês no armário do meu quarto", conta.

Um dia, escapou e foi para a sala. Teria morrido com uma vassourada, não fosse o choro de Thaciane --mais alto que os gritos de pavor da mãe.

Para a jovem, ratos são "carinhosos e curiosos" como cães. "Faço carinho e eles dão lambidinha nos dedos", diz.

Esse tipo de roedor em geral não transmite doenças -a menos que tenha contato com ratos de rua. É bom comprá-los ainda jovens: "Adultos podem não se acostumar e morder".

Em nota, a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) disse que o imbróglio dos cães é fruto de "desconhecimento". Para a entidade, bichos são importantes para a criação de "medicamentos e tratamentos para o ser humano e outras espécies".

sxc.hu
Roedor do tipo twister, que também é conhecido como 'rato de laboratório'
Roedor do tipo twister, que também é conhecido como 'rato de laboratório'

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