Folha de S. Paulo


Cinco de 149 políticos dizem dispensar o carro oficial em São Paulo

Cinco políticos dispensam carros oficiais em São Paulo. Na Câmara, eles se resumem a 3 dos 55 vereadores: Abou Anni (PV), 46; Nabil Bonduki (PT), 58; e Toninho Vespoli (PSOL), 47. O número é menor na Assembleia. Dois dos 94 deputados disseram que não utilizam os veículos Vectra Elite da frota. São eles Edson Ferrarini (PTB), 76, e Marcos Zerbini (PSDB), 50.

Procurado pela sãopaulo, Zerbini informou que não falaria sobre o tema. Os demais políticos informaram que utilizam o próprio veículo no dia a dia e, às vezes, ônibus, metrô e táxi.

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ABOU ANNI (PV)

sãopaulo - Por que dispensou o carro oficial?
Utilizei uma época, mas não é prioridade com o perfil do meu mandato. O custo desse veículo é vinculado à verba de gabinete. Prefiro, se houver necessidade, utilizá-la para outra finalidade, como divulgação de matérias de interesse público, da sociedade. Não tenho necessidade do carro.

E como cumpre suas atividade de vereador?
Tenho meu carro particular. Desgasta, mas não me importo, não. A minha atividade externa não é tão grande que eu não possa utilizar o meu. Não uso com frequência. Se o transporte fosse mais eficiente, eu abriria mão totalmente.

Com faz no dia do rodízio?
Venho de ônibus. O meu rodízio é às sextas-feiras.

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NABIL BONDUKI (PT)

sãopaulo - Por que o senhor dispensou o carro oficial?
Não é o caso, nessa altura do campeonato, com tantas questões que se levantam [sobre transporte público], usar carro oficial. Uso o meu. Quando necessário, uso metrô, ônibus e táxi. Estamos num período que temos de fazer a transição do carro individual para o transporte coletivo.

E os funcionários do gabinete?
Usam o próprio carro, o transporte coletivo ou, quando precisam, táxi.

Como faz no dia do rodízio?
Procuro não ter uma agenda complicada antes das 10h30. Quando tenho, uso táxi, transporte coletivo ou pego carona. Também não acho que tem de ser feita uma bravata entorno disso. Há vereadores que têm necessidade do carro oficial.

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TONINHO VESPOLI (PSOL)

sãopaulo - Por que o sr. dispensou o carro oficial?
Eu me sentiria mal, sou da periferia, da região de Vila Prudente e de Sapopemba. Seria estranho aparecer com um Linea luxuoso no meio da favela onde temos trabalho social. Acho isso um acinte para a população. Não me sentiria bem.

Qual é a sua proposta?
Se a Câmara comprasse carros populares, tipo Palio, teriam a mesma utilidade de um Linea. Daria para ter uma boa economia. Ando com meu carro próprio, mas percebo o desgaste das peças. Ele está rangendo em diversos lugares. É um custo que vai acabar saindo do meu bolso. Mas prefiro assim.

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EDSON FERRARINI (PTB)

sãopaulo - Por que o senhor não utiliza o carro oficial oferecido pela Assembleia Legislativa?
Primeiro porque eu moro na capital. Fico mais confortável no meu, particular. Com o veículo oficial, você precisa tomar muitos cuidados. Não pode, por exemplo, estacionar na porta de restaurante. E também uso meu carro [Ford Fusion] por ser blindado, por questão de segurança.

O carro oficial fica parado na garagem sem uso?
Fica. Devolvo ele novo. Tem apenas 6.000 quilômetros rodados. Tem de pôr gasolina, fazer revisão. Mas tem deputado que mora, por exemplo, em Presidente Prudente [cidade no interior de São Paulo, a 558 quilômetros da capital]. O carro é instrumento de trabalho.

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