Folha de S. Paulo


Restaurantes penam para manter oferta de cebola gigante frita

A advogada Christina Marin quase foi às lágrimas por causa da cebola. Ela não estava cortando um bulbo. Queria comer a versão gigante e empanada do petisco, mas não achou.

Foi ao Hocca bar do shopping Mooca Plaza. Não tinha. Foi ao Paulista Burger, na rua Augusta. Tampouco encontrou. Acabou na unidade de Higienópolis do Outback, onde foi avisada que havia a iguaria, mas menor do que o habitual -duas cebolas menores comporiam a porção.

Avener Prado/Folhapress
Restaurante Outback tem produtor de cebolas nacional guardado a sete chaves, mas também importa o produto
Restaurante Outback tem produtor de cebolas nacional guardado a sete chaves, mas também importa o produto

A falta é sinal de bonança. "É a entrada mais vendida", diz Antonio Pontes, do Outback Brasil. Foi a rede de comida australiana que trouxe o prato para cá em 1997, com o nome (registrado) de Bloomin' Onion, ou "cebola desabrochando". Desde então, muitos restaurantes e bares passaram a servir a porção.

Mas há em todo o país só quatro empresas que importam a cebola-brava crua e a vendem com kit para preparo. Elas afirmam que 5.000 cebolões são vendidos por dia em SP.

"Para esta cebola, tudo é especial, desde a semente até o transporte. Pelo tamanho, ela se torna muito suscetível a se machucar", explica Helena Carrara, da Big Onion.

O Outback tem um produtor nacional, guardado a sete chaves. E também importa. "[O plantio] Depende das condições climáticas, podendo, com oscilações bruscas em temperatura e chuvas, causar quebras de safra", diz Pontes.

As quatro firmas têm receitas secretas. "Aprendi a fazer na tentativa e erro", conta Itamar Mattei, que é chef da hamburgueria Paulista e também tem uma empresa de distribuição do cebolão. Que já entregou a remessa para o Paulista Burger.

Já o Hocca da Mooca promete que voltará a servir o prato em 15 dias. "Nesse fim de semana, nada de pizza. Só quero cebolão!", diz Christina.


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