Pateta e Mickey podem esperar. "Deixamos de trocar o carro e de viajar para a Disney", diz a dona de casa Vanessa Braga, 31, mãe de três meninas, de três a dez anos.
Motivo nobre: a família investiu R$ 83 mil em obras e adaptou a casa, em Diadema (Grande São Paulo), para que parte de sua energia elétrica seja gerada com a luz do sol.
Algo semelhante ocorrerá a partir de setembro na residência da psicóloga Carolina Barros, 38, na Vila Madanela (zona oeste). Com uma diferença: ela e 19 vizinhos de sua vila serão subsidiados pelo projeto 120 Telhados Solares --que mobiliza outras cem casas no país.
Faz tempo desde que Carolina viu modelo parecido. "Era 1992, eu estava hospedada numa casa na Suíça."
| Revista sãopaulo | ||
 |
A lâmpada acendeu, para as famílias, com o uso da fonte alternativa. A motivação é sobretudo ambiental, já que aderir à iniciativa coça no bolso (próprio ou do patrocinador).
Roberto Zilles, 52, professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP e responsável responsável pelo projeto da Vila, estima que uma casa padrão economizará R$ 60 na conta de luz --R$ 720 ao ano, sem considerar reajustes da tarifa.
Vanessa abraçou a causa ecológica lendo as lições de casa das filhas. Convenceu o marido a raspar quase toda a poupança para instalar 36 painéis solares no telhado. Só isso custou R$ 37 mil, diz Raphael Pintão, engenheiro e gerente da empreitada.
O casal tem expectativas altas: projetado para produzir entre 900 e 1000 kWh mensais, esse sistema baixaria a conta de R$ 600 para R$ 200.
As casas solares têm abastecimento de energia misto: uma porção ainda vem da Eletropaulo, sobretudo à noite e nos dias chuvosos. Quando o céu está só nublado, alguns raios do sol conseguem fornecer uma cota de watts ao lar, iluminado lar.
COMO FAZER
Para instalar painéis solares, contrate um engenheiro registrado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. Ele avaliará a incidência solar na sua casa e orçará os módulos, instalados entre 7 e 10 dias. É preciso pedir autorização na AES Eletropaulo. A sede do Greenpeace no Butantã levou cinco meses para receber o OK final.
| Alexandre Rezende/Folhapress | ||
 |
||
| Carolina e Paulo Barros com a filha Isabel e o painel solar da casa, na Vila Madalena |