Gileno Gomes da Silva, 60, o Gil, mora na zona leste, mas conhece mais gente na Barra Funda do que em seu próprio bairro. Há 16 anos, ele trabalha como taxista pelas ruas que cortam a zona oeste e o centro.
Neste sábado, ele terá seu rosto exposto e registrado por qualquer um que passar pela rua Barra Funda. É ali que a artista Bia Ferrer, 35, irá fazer uma intervenção dos cerca de 200 retratos de moradores e frequentadores do bairro, feitos entre os meses de junho e julho.
O projeto "A Cara da Barra Funda" terá suas fotos coladas em estilo lambe lambe em um muro de 18 metros. O conceito é inspirado na pesquisa Authentic Portrait, que a fotógrafa realiza desde 2008, fotografando os tipos urbanos que circulam pelas ruas das grandes cidades do mundo, como Santiago do Chile, Londres, Berlim e Nova York.
Moradora da Barra Funda desde 2010, Bia decidiu retratar vizinhos e comerciantes do bairro. "Quero que as pessoas se vejam numa obra incorporada a cidade e se reconheçam", diz. "A Barra Funda foi o lugar em que eu tive mais dificuldade de fazer as fotos, as pessoas mais velhas não entendiam muito. Ao mesmo tempo, algumas pessoas me procuraram querendo fazer parte."