Depois de fazer figuração no filme "A Cartomante", de 2004, ainda quando era anônima, Sabrina Sato, 32, hoje estrela do programa "Pânico na Band", faz sua estreia --de verrrdade-- na tela grande em "O Concurso", que chegou ao circuito na sexta-feira (19).
Na comédia, dirigida por Pedro Vasconcelos, ela interpreta Martinha Pinel, uma amalucada atiradora de facas que vive de se apresentar em circos. O sonho da moça interiorana é conquistar Bernardinho (Rodrigo Pandolfo), um jovem nerd de Piraporinha, São Paulo, que não consegue ter uma ereção com ela.
À sãopaulo, Sabrina conta que, para o papel, inspirou-se em algumas mulheres da obra de Quentin Tarantino. "Outra referência que usei foi a Maria Elena, personagem da Penélope Cruz em 'Vicky Cristina Barcelona'", diz.
Abaixo, leia a íntegra da entrevista com Sabrina Sato.
*
sãopaulo - Qual a diferença entre a sua participação em "A Cartomante", de 2004, e em "O Concurso"?
Sabrina Sato - Gravei a minha participação no filme "A Cartomante" muitos anos antes dele estrear. Eu nem tinha entrado no "Big Brother" ainda e o que fiz foi só figuração mesmo. Agora é a estreia de verdade. Agora que perdi a minha virgindade no cinema.
De que forma você se preparou para fazer a Martinha Pinel?
Fiz cinco aulas com um atirador de facas profissional. Não é fácil, mas aprendi. Durante as gravações, o Pedro [Vasconcelos, diretor] até dispensou o dublê.
Como enxerga a personagem? Se inspirou em alguém?
A Martinha se aquieta quando consegue o que quer, que é ficar com o Bernardo [Pandolfo]. Então, no fundo, ela não é uma louca de pedra. Ela é louca de amor. Para vivê-la, inspirei-me principalmente nas mulheres das obras do [Quentin] Tarantino. Outra referência que usei foi a Maria Elena, personagem da Penélope Cruz em "Vicky Cristina Barcelona".
Você deu pitacos na história da sua personagem?
A construção da personagem eu fiz junto com o Pedro e com o Rodrigo Pandolfo. A gente se reunia em um teatro para criar todo o psicológico da Martinha.
Foi difícil de fazer a cena de sexo da Martinha com o Bernardinho?
Não foi fácil. Na hora eu tentei esquecer de mim e até mudei o perfume para entrar na personagem. Enquanto fazia a maquiagem e o cabelo também já ia incorporando ela.
Há distinção entre fazer humor na TV e no cinema?
Cinema é uma linguagem totalmente diferente. Lembro que, há dez anos, quando o "Pânico" estava para estrear na televisão, a gente ficou um mês ensaiando. E eu achava que rádio e televisão eram a mesma coisa. Fazendo um se fazia bem o outro. Mas hoje sei que são duas coisas completamente diferentes. E fazer cinema é muito gostoso. Fora que no "Pânico" eu faço eu mesma. No filme, sou a Martinha, que é uma doida [risos].
Pretende fazer mais cinema?
Já estou fazendo outro filme. Chama-se "Aprendiz de Samurai", do diretor Stefano Capuzzi. E é um drama.