Folha de S. Paulo


V de Viral: Protestos organizados pelas redes sociais já derrubaram ditadores

Muito antes do Brasil, protestos organizados na redes sociais já constrangeram governos e derrubaram ditadores.

COLÔMBIA (Fevereiro de 2008)
Veio do engenheiro civil Oscar Morales a ideia de criar a página Um Milhão de Vozes Contra as Farc e divulgá-la para cem amigos. O movimento cresceu até ganhar as ruas. Saldo um mês depois: dez milhões de vozes, em passeatas por todo o país.

IRÃ (Junho de 2009)
Iranianos tomaram as ruas após as eleições presidenciais de 2009, com vitória de Ahmadinejad sob indícios de fraude. Um vídeo amador registrando a morte de uma manifestante rodou o mundo. O presidente seguiu no poder.

TUNÍSIA (Dezembro de 2010)
A Primavera Árabe começou ali, após um feirante de 26 anos atear fogo em si mesmo em protesto contra a corrupção e a truculência da polícia. Em seguida, os levantes lotaram praças em diversos países da região. As redes sociais ajudaram a driblar a repressão e a falta de liberdade de imprensa.

ISLÂNDIA (2011)
O país quebrou com a crise financeira de 2008 e decidiu mudar sua Constituição, de 1944. Um conselho de cidadãos escreveu a base para nova carta magna -debatida oficialmente no Facebook. Dois terços dos 320 mil islandeses estão na rede social. Em 2012, a nova Constituição foi promulgada.

SÃO PAULO (Maio de 2011)
Uma moradora disse temer a invasão de Higienópolis por "gente diferenciada", caso o metrô chegasse à avenida Angélica. Da internet surgiu o Churrascão da Gente Diferenciada, que reuniu 600 pessoas em clima de "farofada" no local onde a estação seria construída (não será mais).

ESPANHA (Maio de 2011)
Os "indignados" se reconheceram nas redes sociais e pela plataforma digital "¡Democracia Real Ya!". A primeira marcha juntou mais de 20 mil pessoas contra cortes de gastos sociais que a Espanha fez em 2010, para conter a crise econômica, enquanto o governo socorria os bancos quebrados.

NOVA YORK (Setembro de 2011)
O Occupy Wall Street tomou com suas barracas o Liberty Park, no coração financeiro de Manhattan. "Nós somos os 99%" --crítica à disparidade entre o 1% mais rico dos EUA e o restante da população norte-americana- virou o mote do movimento, articulado pela internet.

TURQUIA (Maio de 2013)
A praça Taksim virou o epicentro de protestos contra a construção de um shopping num parque. Há outras bandeiras, como direitos civis. Convocados na rede, os atos criticam a intervenção do Estado na vida da população -como proibir a venda de bebidas alcoólicas após 22h.


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