Folha de S. Paulo


Marcha da Maconha ocupará av. Paulista com shows e blocos temáticos

Marcada para este sábado (8), a Marcha da Maconha terá shows e blocos temáticos sobre drogas, feminismo, uso medicinal e religioso da erva. De olho na violência gerada pela proibição, o lema escolhido é "Proibição mata: legalize a vida".

A concentração começará às 14h no Masp (centro), com saída prevista para as 16h e passará pela ruas Augusta e Consolação, além da praça da República, onde ocorrerão os shows.

Entre as atrações confirmadas estão Soul Shakers, Sombra, Zulu Soljah e James Venture e Avante Coletivo.

A jornalista Gabriela Moncau, 23, uma das participantes do coletivo que organiza o evento, explica que a ideia dos blocos temáticos é ter uma troca com manifestantes de outras causas.

"A questão do antiproibicionismo perpassa muitas outras: o encarceramento em massa, o racismo, o feminismo, a questão antimanicomial."

"Todos nós, usuários ou não de drogas, vivemos em uma guerra. As drogas foram proibidas sob um discurso de saúde pública, mas a proibição causa mortes e não inibe o consumo", diz Gabriela.

A primeira marcha em São Paulo foi realizada em 2008, no parque Ibirapuera (zona sul), e teve apenas 50 pessoas, segundo os organizadores. Até 2011, a manifestação era sempre proibida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo sob o pretexto de que fazia apologia ao uso de drogas.

Em 2011, o STF (Supremo Tribunal Federal) liberou a realização da marcha, pois sua proibição seria infringir o direito de liberdade de expressão.

De acordo com Gabriela, até aquele ano, os esforços sempre se concentravam na própria realização da marcha. "Nosso foco acabava sendo a questão da liberdade de expressão, para poder marchar. Com a liberação, finalmente estamos conseguindo focar o que queríamos desde o início: discutir a política de drogas no país", diz.

Com a autorização do STF, a manifestante considera que as pessoas estão ficando mais à vontade para comparecer ao evento. O público chegou a 3.000 em 2011, de acordo com o coletivo. A estimativa da Polícia Militar era de 2.000 participantes.

A quantidade de cidades onde a marcha é feita também aumentou: foram 20 cidades em 2011, 37 em 2012 e devem ser 43 neste ano.

Para o evento em São Paulo, há mais de 12 mil participantes confirmados no Facebook .


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