Folha de S. Paulo


Fita métrica deve ser aliada de quem compra roupas pela internet

Mães sempre recomendam levar um casaquinho para o caso de o tempo esfriar e também a experimentar as roupas que se deseja comprar. Um número cada vez maior de brasileiros anda fazendo pouco caso do último conselho e dispensando os provadores.

Estudo divulgado em março pela consultoria e-bit, que faz pesquisas sobre internet, mostra que "moda e acessórios" é a segunda categoria com maior volume de pedidos feitos no comércio eletrônico (12,2% do total), atrás apenas dos eletrodomésticos, com 12,4%. No ano passado, a categoria ocupava o quinto lugar da lista e, em 2010, a modesta 26ª posição.

Quem compra roupas pela internet deve seguir algumas dicas, para evitar arrependimentos. Para Raquel Fulchiron, coordenadora do curso de moda da Faculdade Santa Marcelina, a principal delas é não confiar totalmente nos tradicionais tamanhos P, M e G. "Isso é uma furada. Não dá para acreditar nessa numeração, a não ser em peças sem grande caimento, como camisetas".

A orientação de Raquel é munir-se de uma fita métrica e alguma disposição para tirar as medidas do busto, cintura e quadril (alguns sites ensinam em que pontos as fitas devem ser enroladas). A partir daí, é preciso checar a tabela de medidas da loja virtual. A mesma preocupação vale para os calçados. "Se o site tiver uma palmilha com a centimetragem, vale a pena copiar o modelo e colocar o pé, para ter certeza de que o sapato vai caber".

A especialista também lembra que antes de escolher o produto, o cliente deve estar atento às possibilidades de ampliação das fotos das peças, para visualizar todos os detalhes e o acabamento. "O ideal é que o site disponibilize imagens das roupas vestidas, em modelos, e também 'sozinhas'. Além disso, a pessoa deve se informar sobre tecnologia têxtil, conhecer as composições, os tecidos. Isso ajuda bastante".

Ela conta que, no curso de pós-graduação de moda da Santa Marcelina, 70% dos alunos investem no e-commerce. "É uma facilidade, porque eles não têm, a princípio, que arcar com os custos elevados de um espaço físico. Uns têm sucesso, outros nem tanto. É preciso ter uma excelente administração. Não pode tratar o negócio como uma aventura".

TROCAS

Mesmo com todos esses cuidados, é bom estar atento à política de trocas das lojas virtuais, para o caso de a roupa não servir, como lembra Valeska Nakad, do Centro Universitário Belas Artes.

"O que eu percebo é que as pessoas costumam comprar de marcas já conhecidas, porque já estão familiarizadas com o estilo e tamanho", diz. "Na dúvida, é melhor investir em camisetas e sapatos do que em um vestido, por exemplo".

Apesar de ver as alunas comprando "tudo on-line", Valeska ainda integra o grupo das que preferem ir até as lojas e "tocar" as roupas.

Sendo de um time ou de outro, a regra --com a qual sua mãe certamente concordaria-- é evitar o impulso na hora das compras. "A pessoa está frustrada, num dia ruim, e acaba comprando uma roupa da qual nem se lembra depois. Isso é perigoso", alerta Raquel.


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