Folha de S. Paulo


Grupos organizam encontros em parques para reunir cães da mesma raça

Nina, 3, e Olívia, 2, saem do carro animadas no parque Villa-Lobos, região oeste. Liberadas das coleiras, correm em círculos com "amigos" da mesma raça. Elas passam horas brincando com 15 outros cães em um encontro de whippets. O evento é organizado mensalmente sem data nem local fixos desde o início do ano por um grupo de 330 pessoas.

Na comunidade da internet, os donos dos cães trocam ideias sobre problemas da raça, dicas de ração e veterinário e publicam fotos pessoais. "Há poucos sites sobre a raça, e o grupo acaba sendo um serviço", conta o estrategista de redes sociais Rodrigo Guima, 31, dono de Nina e Olívia. "Já tentamos até marcar uma viagem em grupo para a praia."

Para a arquiteta Rosângela de Sousa Silva, 50, dona de Milly, 5, o encontro é também uma forma de o animal brincar à vontade. "Os whippets são diferentes, gostam de correr e morder o pescoço. Às vezes, cães de outras raças não os acompanham", diz.

Buldogues, corgis e pugs também têm seus encontros na cidade.

Sonia Blanco, 44, dona de cinco pugs, organiza um grupo há três anos. "Eu já era bem informada sobre a raça, mas é legal trocar experiência", afirma. "Levamos fantasias para eles e arrecadamos ração para doar.

"Inspirada em um evento desse tipo que acontece no exterior, a designer Bia Accioly, 24, que é dona de Dalí, de dez meses, criou o primeiro Corgi Day de São Paulo em janeiro.

"Achei legal porque a maioria das pessoas que têm corgis são jovens e designers, como eu."

GINCANAS E ANIVERSÁRIOS

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Cada grupo tem um perfil e uma peculiaridade. Mais antigo e organizado, o de buldogues acontece desde 2007 e chega a reunir mais de cem cães.

Os eventos são quase festas infantis: além de gincanas, os cães ganham presentes e até celebram aniversários. O Bulldogada SP também faz reuniões menores chamadas de "encãotrinhos".

Na última, há três semanas, a administradora Adriana Pedro, 35, deixou Lolita, 3, em casa para passar o dia com um megafone na mão. "Lembro as pessoas de recolher as fezes dos cachorros, já que os lugares são emprestados, e passo informações sobre outros eventos."

Além do entrosamento entre bichos, os grupos propiciam novas amizades para os donos. No Villa-Lobos, o administrador Alexandre, 41, que não quis dizer o sobrenome, buscava uma parceira para o whippet Téo, mas ele mesmo estava aberto à paquera. "Quero achar uma fêmea para ele. E quem sabe uma namorada para mim."


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