Folha de S. Paulo


Dor familiar inspira documentário de diretora mineira

Petra Costa tinha sete anos quando sua irmã mais velha, Elena, 20, cansou de ouvir tantos "nãos" ao sonho de ser uma atriz de sucesso em Nova York e desistiu de viver.

Aos 17 anos, Petra encontrou os diários de Elena e, nos escritos, enxergou pedaços da sua própria vida. Desde então, prometeu para si mesma que um dia faria um filme sobre aquele material.

Passada pouco mais de uma década, de muita terapia e afins, o sensível documentário "Elena", que estreou na sexta (10), ficou pronto.

Para fazê-lo, a diretora mineira retornou à "Big Apple" --onde também morou e estudou teatro, a contragosto da mãe, que temia a repetição da trajetória da primogênita. Seu objetivo era encontrar pelas ruas agitadas da cidade vestígios da personagem, a quem chama de "memória inconsolável".

A obra, apresentada por meio de entrevistas tocantes, fotos, lembranças e divertidos vídeos caseiros que cobrem da infância das irmãs à época do suicídio de Elena, aproxima-se da ficção com encenações na água. E ainda chega perto da poesia através da narração de frases rimadas.

Assim, com delicadeza, Petra consegue fazer de sua dor um longa de amor. Sem que Elena saiba, a transforma na protagonista que a irmã sempre sonhou ser.

Informe-se sobre o filme


Endereço da página:

Links no texto: