Folha de S. Paulo


Palavra de pai

Depois da surpresa, da alegria, da espera até o terceiro mês para confirmar que está tudo certo, de contar para familiares e amigos e receber os parabéns e ouvir uma quantidade de conselhos suficiente para preencher uma enciclopédia, só então somos apresentados a algo completamente novo, enigmático, colorido e aparentemente infinito: a indústria dos produtos para bebês.

MÃES E BEBÊS
Tudo o que é importante saber para aproveitar este feliz momento da vida

Porque, enquanto a mulher carrega na barriga uma pequenina criatura e tem de suportar enjoos e cólicas e dores e sensações inteiramente novas, restam-nos apenas tarefas nada nobres, como pesquisar o preço de mamadeiras --e aí, amigo, caímos na toca do coelho.

Por exemplo, só a Amazon tem uma seção de produtos para bebês com 859 marcas. Nunca encontrei algo com maior variação de preços e de modelos e diferentes tipos de engenharia do que carrinhos para bebês. Conseguimos encontrar desde um com rodas meio quadradas e assento de um tecido tão fino quanto papel de embrulhar pão por menos de R$ 100 até uma monstruosidade que parece saída de "Transformers" por R$ 6.200.

Nada na vida havia me preparado para a complexidade das mamadeiras. Elas podem ser resistentes ao calor. Ou feitas de plástico, inquebráveis. Podem ser arredondadas ou achatadas. Bicos de látex ou de silicone, com furos largos ou estreitos.

Vêm as dúvidas, o pânico, o desespero. Você não é capaz de dar conta de tanta coisa ao mesmo tempo. Então, você recorre a sua mulher. Ela sabe o que fazer.

Thiago Ney, editor de Cultura do iG, vai ser pai pela primeira vez; sua mulher está grávida de quatro meses.


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