Folha de S. Paulo


Candidatos anunciam 2° turno da eleição presidencial na Tunísia

Apesar de ainda aguardarem o resultado oficial da eleição presidencial disputada no domingo (23), os candidatos Moncef Marzouki, atual presidente, e Béji Caid Essebsi, líder do partido vencedor das eleições legislativas de outubro, já iniciaram a batalha para o segundo turno.

Esta é a primeira vez que os tunisianos podem escolher livremente o chefe de Estado desde a independência do país, em 1956.

Antes mesmo do fechamento das urnas, na noite do domingo, o comitê de campanha de Caid Essebsi, líder do partido laico Nidá Tunísia, anunciou ter vencido a votação "com uma grande vantagem sobre o segundo colocado", mas como o número de votos ficou pouco abaixo dos 50%, há necessidade da realização do segundo turno.

Adel/Xinhua
Beji Caid Essebsi, candidato do partido Nidá Tunísia, vota em Túnis na eleição presidencial
Beji Caid Essebsi, candidato do partido Nidá Tunísia, vota em Túnis na eleição presidencial

As estimativas são contestadas pela equipe do candidato adversário Marzouki. Seu comitê garante que a diferença entre os dois candidatos foi bem menor e até com vantagem para o presidente, que tenta se manter no cargo através do voto popular.

"Na pior das hipóteses, nós estamos empatados, e na melhor das hipóteses, estamos à frente com 2 a 4% de vantagem", declarou o diretor de campanha, Adnène Mancer.

A instância encarregada de organizar a eleição presidencial na Tunísia tem até quarta-feira (26) para comunicar os resultados oficiais do primeiro turno.

Até o momento, só foi divulgada a taxa de participação, que foi de 64,6% dos eleitores inscritos no país. O índice, que não leva em conta os eleitores de fora da Tunísia, é considerado "honroso".

"EX-REGIME" CONTRA "DEMOCRATAS"

Após a votação, o presidente Marzouki lançou um apelo, na noite de domingo, para que o segundo turno seja marcado por "um debate de alto nível sobre os programas, ideias, valores e não por insultos".

Ele pediu que os "democratas" votem nele e não em Caid Essebsi.

Durante a campanha, Marzouki, que assumiu a presidência depois de uma aliança com o partido islâmico Nahda, procurou demonstrar que é uma alternativa contra o antigo regime, representado por seu adversário.

Caid Essebsi, ex-premiê, 87, integrou o governo dos ex-presidentes Habib Bourguiba e Zine Abidine Ben Ali, que foi destituído do poder pela revolta de janeiro de 2011, que deu origem à chamada "primavera árabe".

Bechir Bettaieb/AFP
Presidente da Tunísia, Moncef Marzouki, vota em eleição presidencial buscando novo mandato
Presidente da Tunísia, Moncef Marzouki, vota em eleição presidencial buscando novo mandato

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