Folha de S. Paulo


OMS se reúne para avaliar a evolução da epidemia do ebola

A Organização Mundial de Saúde (OMS) realiza uma reunião em Genebra nesta quarta-feira (22) para avaliar a evolução da epidemia do ebola. Esta é a terceira vez, desde o mês de agosto, que especialistas da organização analisam a expansão da doença no oeste da África.

O risco de uma propagação para outros continentes vem diminuindo, mas o vírus continua fora de controle na Libéria, na Serra Leoa e na Guiné. Os três países respondem pela maior parte dos 9,2 mil casos da doença que, de acordo com os dados mais recentes da OMS, já matou mais de 4,5 mil pessoas.

TESTE DE VACINAS

Apesar de a situação ainda ser crítica, o combate ao vírus ganhou fôlego nos últimos dias com o anúncio de testes de diversos medicamentos e com a cura de doentes. Nesta terça, em Genebra, a OMS anunciou que testará duas vacinas contra o ebola na Suíça.

Nesta manhã, o grupo farmacêutico Johnson&Johnson comunicou que vai investir US$ 200 milhões para acelerar a produção de uma vacina contra a febre hemorrágica. Em 2015, sua filial Janssen Pharmaceutic Companies prevê a produção de mais de um milhão de doses do tratamento. Até maio, serão 250 mil doses.

A Comissão francesa de Energia Atômica e Energias Alternativas (CEA) também anunciou na terça que cientistas franceses desenvolveram um teste para o diagnóstico rápido do vírus. O exame poderá ser feito a partir de uma gota de sangue, plasma ou urina, e o resultado sai em menos de 15 minutos.

CURA DE PACIENTES

O anúncio da recuperação de pacientes também vem se multiplicando nos últimos dias. Na terça, a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) comemorou a cura da milésima pessoa em seus centros de tratamento contra o ebola na África ocidental.

Nos Estados Unidos, o Centro Médico do Estado do Nebraska anunciou nesta terça-feira à noite que um cinegrafista do canal de televisão NBC também foi curado do ebola. Ashoka Mukpo, que cobriu a epidemia em Monróvia, capital da Libéria, é a segunda pessoa a ser tratada com sucesso neste hospital. O primeiro foi o médico Richard Sacra, que foi declarado livre do vírus em 25 de setembro.

Na Espanha, a auxiliar de enfermagem Teresa Romero, que contraiu o vírus ao tratar de um missionário vindo da África, teve seu segundo teste negativo na terça.

CONTROLE AEROPORTUÁRIO

Os Estados Unidos também anunciaram na terça a decisão de reforçar o controle aeroportuário. A partir de agora, todos os voos vindos dos países atingidos pelo ebola devem aterrissar em um dos cinco grandes aeroportos equipados especialmente para conter uma eventual contaminação: dois em Nova York e um em Washington, além dos internacionais de Atlanta e Chicago.

Apesar do crescimento da preocupação com a epidemia, a maior parte dos norte-americanos confia nas autoridades federais e no sistema de saúde, de acordo com uma pesquisa publicada terça à noite. Ao todo, oito casos da doença foram tratados no país.


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