Folha de S. Paulo


Turcas reagem após ministro dizer que mulheres não devem rir em público

As redes sociais na Turquia estão sendo tomadas nas últimas horas por fotos de mulheres sorridentes, em uma reação à declaração do vice-primeiro-ministro do país, que declarou que mulheres não deveriam rir em público. O episódio explicita a ascensão do discurso de inspiração islâmica do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) no país.

Bulent Arinc é um dos co-fundadores do AKP e integra o governo de Recep Tayyip Erdogan.

Na segunda-feira (28), ele fez um discurso por ocasião do fim do Ramadã –o mês sagrado dos muçulmanos– em que lamentou a "decadência moral da sociedade moderna". Arinc disse que "homens e mulheres devem ser morais, eles  devem saber o que é decente ou não" e que "mulheres não devem rir alto em frente a todo mundo e devem preservar a decência o tempo todo".

Mulheres turcas estão desde terça-feira postando fotos para confrontar o vice-primeiro-ministro e denunciar o seu discurso. Sob as hashtags #kahkaha (sorridente) and #direnkahkaha (resistesorrindo), o movimento acabou se tornando um viral da internet.

O partido AKP, que governa o país, é acusado de tentar acabar com a separação entre religião e Estado na Turquia? a base da república secular fundada por Kemal Ataturk.

Arinc denunciou uma suposta "degradação moral" que teria inundado a sociedade com "drogas e prostituição" e teria atingido as populares novelas turcas. Ele também mencionou o uso de bonzai, uma droga sintética que se tornou popular em comunidades pobres do país. "Devemos redescobrir o Alcorão", disse Arinc


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