Folha de S. Paulo


Posso até 'dilmar', diz Benjamin Steinbruch

Nas últimas semanas, Benjamin Steinbruch demonstrou em entrevistas e conversas privadas simpatia pela candidata a presidente pelo PSB, Marina Silva. Agora, resolveu modular essa interpretação. "Meu voto é a favor das mudanças", afirma.

Mas pode votar em Dilma Rousseff? "Se a presidente Dilma propor mudanças com relação ao futuro do Brasil, ela tem chance de ter meu voto". Repete esse axioma também para Marina e para Aécio Neves (PSDB). Na entrevista ao programa Poder e Política, da Folha e do "UOL", ressaltou: "Não sei em quem vou votar ainda. Posso até 'dilmar'. Desde que atendidas algumas mudanças".

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O presidente da Fiesp e dono da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) diz não ter intenção de revelar em quem votará para presidente. Para ele, empresários podem sofrer perseguição "de toda ordem" se declararem abertamente em quem vão votar.

Benjamin tem negócios imbricados com o governo federal. Por exemplo, a concessão para construção e operação da ferrovia Transnordestina, obra com 1.750 km de extensão.

O recuo retórico de Benjamin ocorre depois de ele ter começado a falar de maneira mais explícita sobre eventuais qualidades de Marina Silva. Na semana passada, o Palácio do Planalto enviou recados ao empresário, dizendo que a presidente da República estava desapontada com suas declarações.

Por algum momento, o governo cogitou transferir para Brasília um evento com empresários que estava marcado para esta segunda-feira (29), às 10h, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Passado um mal-estar inicial, o encontro foi mantido. Devem estar presentes dezenas de empresários para ouvir o ministro da Fazenda Guido Mantega, tendo Benjamin Steinbruch como um dos anfitriões.

Não que o presidente da Fiesp tenha recuado completamente das observações positivas que faz sobre candidatos de oposição. Apesar de dizer que pode até "dilmar", Benjamin cita Aécio Neves como "boa opção", o mesmo qualificativo usado para Marina. Sobre o tucano, faz uma ressalva: "Poderia ser mais agressivo nas [propostas de] mudanças".

Marina Silva, afirma, "sintetiza (...) o voto contra as condições que existem, [desejo] que foi manifestado nos movimentos de rua". A pessebista "é consistente, uma pessoa que evoluiu (...). Não acho um risco".

Gostaria de participar de algum governo como ministro? "Se eu tivesse condições do ponto de vista da iniciativa privada, ter certeza que os negócios estariam bem administrados, aceitaria sim". Em que área? "Qualquer uma. Eu tenho uma característica de ser fazedor. Educação, saúde, cultura, habitação".

ECONOMIA

Benjamin Steinbruch acha que se Dilma for reeleita, o ideal é que anuncie logo em seguida quem será o novo ministro da Fazenda, para acalmar os agentes econômicos. Em entrevista recente, a petista já afirmou que trocará sua equipe.

"Se for do desejo dela [Dilma] que saia [o atual ministro da Fazenda, Guido Mantega], quanto antes nomeasse, melhor. Até mesmo para ter uma transição tranquila, já segue jogando", afirma Benjamin. Para ele, "em caso de continuidade do governo, quanto antes as coisas claras, melhor".

O presidente da Fiesp afirma que Mantega "tem feito um esforço grande de aumentar a interlocução com os empresários". Acha que tem sido um "esforço brutal" para diminuir as divergências entre os empresários e o governo.

ALMOÇO MAIS CURTO

Defensor de uma flexibilização nas leis trabalhistas, Steinbruch considera possível conseguir novas regras sem retirar direitos como FGTS, gratificação de férias ou 13º salário. Fala em mudar aspectos mais laterais, como o horário de almoço.

"Aqui temos uma hora de almoço. Normalmente, não precisa de uma hora. Se você vai numa empresa nos EUA, você vê [o funcionário] comendo o sanduíche com a mão esquerda e operando a máquina com a mão direita. Tem 15 minutos para o almoço. Se for vontade dos empregados, por que não? Será que não é mais legal ele voltar antes para casa do que ficar uma hora sem ter o que fazer? Estou falando em benefício do empregado também. Poderia ser negociado", explica.

A seguir, trechos da entrevista, realizada no último dia 25:

*

Folha/UOL - Quais deveriam ser as prioridades do governo que toma posse em janeiro de 2015?
Benjamin Steinbruch - A maior é restabelecer a confiança para que o Brasil possa ter tranquilidade para seguir no rumo de crescimento e da melhoria de vida dos brasileiros.

Como se faz isso?
Muitas das coisas que precisam ser feitas são as coisas conhecidas que já vêm sendo discutidas há bastante tempo.

Cite duas ou três mais relevantes.
Do ponto de vista de economia, a questão do valor da moeda, dos juros e da carga fiscal. São três coisas que teriam que ser encaradas de imediato.

Na interpretação do ministro Guido Mantega, o sr. está preocupado porque o setor de aço, onde a CSN atua, está em crise no mundo inteiro e a sua visão é crítica porque o sr. olha com os olhos do ramo da siderurgia. É isso mesmo?
Não. Nós estamos na mineração, na siderurgia, na energia, na ferrovia e nos portos. Temos uma visão muito ampla da economia. Através da siderurgia, atingimos o setor automobilístico, o setor de linha branca, o setor de móveis, distribuição, construção civil. Estamos bem infiltrados na economia como um todo.

Mas o ministro diz que o sr. está "redondamente equivocado" ao dizer que "só louco investe no Brasil". Quem que está equivocado? Ele ou o sr.?
A questão do "só louco investe no Brasil" foi dita em função dos altos custos. Quando você compara um investimento novo no Brasil com qualquer outro lugar do mundo, ele é pelo menos duas vezes mais caro que em qualquer outro lugar do mundo. A burocracia, a demora, é muito, muito maior do que em qualquer outro lugar. É claro que no Brasil a gente tem que olhar a médio e longo prazo, e isso é o que nos encoraja a investir o que estamos investindo. Mas a realidade é matemática. E se você tem racionalidade para optar pelo investimento, certamente você vai fazer onde tem uma possibilidade de retorno maior.

Quando o ministro Guido Mantega diz que o sr. está "redondamente equivocado", o que o sr. acha que ele quer dizer então?
Quer dizer que as coisas estão boas, em termos de condições para investimento no Brasil. Que é justamente aquilo que a gente não acha. O Guido é super esclarecido, não tenho a menor dúvida disso e sei que ele sabe a realidade das coisas. Aqui no Brasil às vezes a gente acha que está oferecendo condições diferenciadas e na verdade a gente está fazendo muito menos do que teria qualquer investidor fora do Brasil.

Nos Estados Unidos, se você for fazer um investimento novo o governo negocia contigo em dinheiro em função do número de empregos que você cria. Não é juros baixo, não é condições diferenciadas de BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], carência, nada disso. O governo te dá dinheiro em troca do número de empregos. E te dá toda a infraestrutura que você necessita e a não burocracia em relação a todos os itens relativos ao investimento. O empreendedor lá é muito bem-vindo.

Aqui, para você fazer um investimento, tem que ser muito persistente para vencer todas as etapas burocráticas. O ministro sabe, e eu tenho certeza que ele sabe, dessa realidade. E o Brasil tem burocracia não só para investimentos, o teu dia a dia de cidadão é cheio de burocracia também.

A presidente Dilma Rousseff deixou claro que vai trocar sua equipe se vier a ser reeleita. Muitos interpretaram que o ministro Guido Mantega não ficará no próximo governo. Se Dilma vencer, ela deve já na semana seguinte dizer quem vai ser o ministro da Fazenda?
Vai depender muito dela. O ministro Guido tem feito um esforço grande de aumentar a interlocução com os empresários. Temos tido com frequência reuniões para tentar uma convergência dentro daquilo que o governo pode suportar e daquilo que os empresários precisam. A persistência desse relacionamento suavizaria essa troca no próximo governo. É uma opção de quem for o presidente, se nomeia em seguida ou com mais tempo.

Se Dilma for reeleita, o sr. acha que seria desejável que anunciasse com alguma rapidez como seria a configuração da nova equipe que ela disse que terá para tentar aumentar a credibilidade de todos os agentes econômicos em relação ao governo?
Eventualmente, sim. Gosto do ministro Mantega. Acho que ele está fazendo um esforço agora brutal agora para diminuir as divergências que existem do setor produtivo com o governo. Agora, se ele for sair, se for de desejo dela que saia, então que quanto antes nomeasse melhor. Mesmo para ter uma transição tranquila, porque daí já segue jogando, se for o caso. Mal não faz. Em caso de continuidade do governo, acho que o quanto antes as coisas estiverem claras melhor. Ajuda todo mundo.

A China subsidia muito fortemente o aço que é produzido por lá. Como produtor brasileiro, como é possível o seu setor fazer frente a isso?
Não é só o aço que a China subsidia. Subsidia tudo. Ninguém faz frente à China. A gente tem que tomar muito cuidado porque uma China agressiva não respeita ninguém. A gente tem que estar preparado para isso. Em algum momento a China pode ser agressiva, defendendo os seus interesses, defendendo os seus empregos.

O que significa agressiva?
Exportar mais forte. Voltar mais força para a exportação. Ela está priorizando a questão do mercado interno. Está querendo agregar valor, desenvolver a economia interna. Diria que ela está exportando hoje o excesso. Agora, se eventualmente ela tiver como prioridade a exportação, não vejo quem possa concorrer com ela nesse momento.

Quais são os principais mercados hoje da CSN?
Em termos de aço é Brasil, basicamente mercado interno. Em termos de minério, a Ásia. Basicamente China, Japão e Coreia.

Olhando a história da atividade empresarial da sua família, o Grupo Vicunha produzia originalmente têxteis. Houve abertura de mercado e ocorreu uma migração para a siderurgia. Vinte anos depois dessa história, hoje o sr. cogita algum outro mercado?
A gente entrou para a siderurgia em 1993. O têxtil não estava mal naquele momento. A gente estava bastante bem, o Brasil estava bem no algodão. A questão era que a gente já era bastante grande, o maior grupo latino-americano de têxteis. E o meu pai chegou para mim e disse: "Benjamin, você vai abrir um novo negócio e eu vou ficar com o seu irmão Ricardo [Steinbruch] cuidando do que nós já temos". E a gente esperou oportunidades na privatização.

CSN e depois Vale.
Meu pai me disse naquela época para que eu fizesse todo o possível para aproveitar o período de desestatização, [como] tinha ocorrido em outros países. Os grupos privados fortes pós-privatização eram completamente diferentes dos grupos pré-privatização, porque o Estado vendia empresas de capital intensivo, que a iniciativa privada normalmente não tinha condições [de ter].

A gente entrou em 1993. Meu pai, infelizmente, morreu logo em seguida, em 1994. Mas fiz exatamente o que ele me falou. Participei de praticamente todos os processos de privatização que ocorreram após a CSN. Participamos da Light, no Rio, da Eletropaulo, em São Paulo, participamos da Vale. Alguns obtivemos sucesso, alguns perdemos, mas fiz aquilo que meu pai tinha dito e realmente construímos um grupo importante.

Teve uma questão de cruzamento entre as empresas. A Vale tinha participação na CSN e a CSN tinha participação na Vale. Em 2000 se resolveu, por uma questão de conflito teórico, separar as empresas. E nós optamos pela CSN e os bancos e os fundos de pensão ficaram com a Vale.

No caso da siderurgia, do aço, a situação hoje realmente também não é ruim, mas olhando prospectivamente, que outro ramo da economia poderia ser um alvo para o grupo do qual o sr. faz parte entrar ou prospectar negócios?
A siderurgia não está ruim. Eu acho que a gente tem um mercado enorme no Brasil, a gente tem tudo para fazer.

Por quantos anos?
Por muitos anos. Se você for pensar o que a gente precisa fazer de infraestrutura e se você for pensar o que é o consumo de 200 milhões de pessoas, você vai ver que é um mundo para a gente percorrer. Sou muito otimista com o Brasil.

Mas daí não vai ter o excedente da China, que vai entrar aqui e canibalizar o mercado?
Certamente vai ter, mas você vai ter que estar preparado para competir. Se a gente tiver condições iguais, te garanto que muitos setores do Brasil são competitivos e têm boas empresas e bons empresários. Não vejo problema de competir. Agora, tem que ter condições iguais e você ter a capacidade tecnológica, matéria prima local e ser verticalizado, aí a briga não me mete medo.

A China já tem trem-bala, ferrovias, rodovias, viadutos... Está quase tudo pronto nessa área, diferentemente do Brasil. O excedente que eles têm de aço nessa área de siderurgia vai aumentar. Eles vão ter que colocar isso em algum lugar. Aí, como vai ser?
Mas não vai ser só aço. Vai ser sapato, roupa, carro, geladeira, o que você quiser. Partindo desse pressuposto, a China vai ter condições de competir com tudo e com todos. Você vai ter que ter competência nos países e também por parte do governo. Temos que ter uma atenção muito particular com essa questão comercial. É uma guerra de empregos, quando você importa os bens está importando os empregos também. E isso é o futuro da diplomacia. Não vamos viver uma guerra de canhão, mas vamos viver uma guerra comercial entre os países.

O sr. mencionou emprego. O sr. sempre fala na flexibilização de leis trabalhistas. Objetivamente, quais alterações pontuais são necessárias e urgentes na área da regulação do emprego?
Temos uma lei da época de Getúlio Vargas [1882-1954]. Que foi de vanguarda naquele momento. Agora, o Brasil mudou. As condições de emprego mudaram. Então a gente tem que se adaptar a uma nova realidade.

Diga um item da CLT [Consolidação das Leis de Trabalho] que deveria ser eliminado ou alterado?
O custo do emprego não pode ser o dobro. Você paga para o empregado X, você tem dois X de custo indireto.

FGTS, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, deve ser mantido ou eliminado?
Os direitos devem ser mantidos. O que tem que fazer é flexibilizar a lei trabalhista.

Mas, como?
A jornada pode ser flexível, a idade pode ser flexível.

Idade, como?
A idade do empregado poder trabalhar.

Trabalhar mais jovem?
Trabalhar mais jovem, em condições ideais. A gente pode ter por parte do empregador e do empregado uma convergência de interesse. Hoje está engessado, penalizando tanto o empregador quanto o empregado.

Mas só flexibilizar a idade mínima para trabalhar e flexibilizar a jornada não diminui tanto os custos.
Pega o que tem de mais moderno no mundo e copia e depois melhora aqui no Brasil. O Brasil em leis trabalhistas é dos mais atrasados no mundo. Você sabe quanto custa para mandar um empregado embora? Tem muita gente hoje que não pode mandar empregado embora porque não tem dinheiro para mandar...

Mas o problema do custo do empregado para o empregador está relacionado diretamente aos direitos que os empregados têm. Como é possível reduzir o valor que se paga para ter empregado sem reduzir os direitos que ele tem hoje?
Aqui a gente tem uma hora de almoço. Normalmente, não precisa uma hora do almoço, porque o cara não almoça em uma hora. Você vai nos Estados Unidos, você vê o cara almoçando, comendo o sanduíche com a mão esquerda, e operando a máquina com a direita. Tem 15 minutos para o almoço, entendeu? Eu acho que se o empregado se sente confortável em poder, eventualmente, diminuir esse tempo... Por que a lei obriga que tenha que ter esse tempo?

Mas o sr. enxerga o Congresso aprovando uma redução do horário legal de almoço?
Se for vontade dos empregados, por que não? Será que o pessoal gosta de ficar uma hora para almoçar sendo que pode almoçar em meia hora, e essa meia hora podia ser aproveitada para voltar antes para casa? Será que não é mais legal para ele voltar antes para casa do que ficar uma hora sem ter o que fazer porque a lei exige que tenha esse tempo determinado de almoço? Estou falando isso em benefício do empregado também.

Mas o sr. está falando num item que realmente teria algum benefício, talvez para o empregador, mas ainda sim em relação o que se paga de INSS [Instituto Nacional do Seguro Social], os vales transporte, alimentação, Fundo de Garantia [por Tempo de Serviço], um terço de férias, todos esses direitos, algum deles deveria ser facultativo entre patrão e empregado, ou não, o sr. acha que devem ser mantidos na lei?
Eu acho que pode ser negociado.

Quais?
Todos. Porque tem que ver se o empregado quer também. Se você propõe para o empregado, por exemplo, reduzir metade dos direitos que ele tem e outra metade vai para o bolso dele, eu te garanto que os empregados vão querer que metade vá para o bolso.

Tem um espaço enorme. O custo é muito grande e o empregado não tem o benefício equivalente. Hoje a lei que está aí não atende nem ao empregador e nem ao empregado. É claro que teria negociação, teria que ser aceito por ambas as partes, mas certamente a gente pode andar um montão.

Tudo isso depende de alteração legal, depende do Congresso Nacional, do voto de deputados, senadores, e da liderança de um presidente na República. Nenhum dos três candidatos mais competitivos à Presidência defende nada próximo a isso que o sr. está falando. O sr. enxerga um Brasil maduro no curto prazo para ter a discussão e aprovar?
A reforma das leis trabalhistas tem que ser defendida sim, porque é uma necessidade. Os termos têm que ser negociados. Tem que ser bom para o empregado e bom para o empregador. Existe um espaço enorme para ser negociado.

É uma necessidade. Sem isso a gente não vai conseguir desamarrar essa questão trabalhista. Temos que encarar isso. Tem que resolver. O país tem que ser um país leve na lei trabalhista. Estávamos praticamente no pleno emprego, melhor momento do que esse não existe para negociar essas mudanças. Mas, não ocorreu, agora vai ser mais difícil.

O sr. disse outro dia que o desemprego pode estar batendo à porta. O que quis dizer com isso?
Só para te falar de lei trabalhista, [foi] um primo do meu pai, Arão Steinbruch [1917-1992], que era senador, que fez o 13º salário. A questão trabalhista está dentro da família há muitos anos. Eu não teria medo de fazer uma discussão no benefício dos dois, tanto empregado quanto empregador. Seria bom para os dois, te garanto.

Sobre o desemprego, está batendo na porta. Já está ocorrendo.

Mas as taxas são baixas.
Isso é uma coisa curiosa, porque se você ver os números, realmente as taxas são baixas.

Exato.
Mas se você anda por esse Brasil, se você anda no interior de São Paulo, vai ver que o índice de desemprego, o índice de pessoas agora sendo mandadas embora, a porcentagem é muito alta.

Mas, por que não aparece na taxa?
É uma pergunta boa, porque acho que vai aparecer. Acho que agora nesse mês vai começar a aparecer.

Acabou de sair o número.
Não, já está começando a aparecer.

Mas agora é o oposto, não é? Pelas contratações de fim do ano.
Há 100 mil empregos da indústria que eventualmente deixariam de existir neste ano. Agora, até o final do ano, acho que esse número vai ser muito maior. A minha expectativa é que seja muito maior. Independente da teórica contratação que nós teríamos para o final de ano para o varejo e também para a eleição.

Tem eleição, tem varejo que contrata para final do ano, acabam os estoques, vem o início do ano que vem, a indústria contrata de novo. Uma coisa não compensa a outra?
Este ano, pela primeira vez que eu me lembre, temos um ano recessivo com eleição. Nunca vi um ano que tivesse eleição ter um segundo semestre em recessão, é a primeira vez que está acontecendo. Então, realmente alguma coisa diferente tem aí, porque te garanto que o desemprego está crescente.

Existe uma percepção na sociedade que empresário privado brasileiro vive pedindo auxílio ao BNDES, ao governo. Essa percepção é correta?
Não, essa percepção é errada.

Por que ela existe então?
Porque é uma percepção, não é uma realidade.

Por que a percepção se forma?
Porque se cria isso.

Mas... Do nada?
Não... Por que o banqueiro é ruim? Por que empresário é ruim? Se você quer falar alguma coisa que é ruim hoje é banqueiro ou empresário. E por quê? Porque essa percepção no resto do mundo é super bem-vinda. É aquilo que eu falei antes, é tratada, assim, com todo carinho. Agora, aqui tem essa percepção, por quê?

Qual é a sua aposta?
São empregadores, são investidores que criam empregos, geram riqueza. O que existe é que no Brasil as condições são diferentes do resto do mundo. Então aqui o empresariado tem que ser muito bom, as empresas têm que ser muito boas para resistir às questões que temos, às instabilidades, às mudanças de rumos que temos no Brasil.

O volume de empréstimos feitos pelo BNDES à indústria, ao setor produtivo, é adequado? E a política dos campeões nacionais adotada no governo federal do PT foi correta para o país?
Os recursos são poucos para o BNDES. Deveria ter muito mais. No Brasil existe uma distorção grande que banco nenhum privado financia a médio e longo prazo, e principalmente para investimentos. Não tem por parte do sistema financeiro condições para investimentos de longo prazo, a não ser do BNDES. O BNDES é um agente fundamental para investimentos que considere carência, médio e longo prazo.

Mas e a forma discricionária como são concedidos os financiamentos aos "campeões nacionais"? Essa expressão foi cunhada dentro do próprio governo, sob a lógica de que era necessário estimular grandes grupos nacionais, para que se fortalecessem dentro do Brasil e também se expandissem internacionalmente.
Acho isso completamente equivocado. Mesmo porque eu não sou um dos campeões nacionais eleitos e sou um dos campeões nacionais correndo em paralelo dos eleitos.

É equivocada essa política, porque ela tem que ser abrangente, tem que ser para todos, e também não só para os grandes. A gente tem que ter uma política de incentivos para o pequeno, para o médio e para o grande.

Esses gigantes nacionais têm que ser constituídos basicamente pela sua competência. E para os grandes é mais fácil você conseguir financiamento fora do Brasil do que dentro. É uma distorção.

Não sou um dos eleitos, então, não quero que pensem que eu sou contra porque não sou um dos eleitos, mas é que realmente acho desnecessário para os grandes e acho que isso prejudica os pequenos e médios.

Foi um erro da política econômica do atual governo?
Acho que sim. A própria política mostrou muitos erros também, porque dentro dos eleitos alguns não se tornaram realidades. O campeão tem que se fazer por si mesmo, é essa que é a realidade.

A presidente Dilma demonstrou, algumas vezes, irritação com atrasos na conclusão da ferrovia Transnordestina...
...Muitas vezes...

...Que é da responsabilidade da CSN. O que impede a conclusão da ferrovia?
Essa obra é muito mal compreendida. Se você pensar em uma ferrovia de 1.756 km, é um projeto único. Para construir uma ferrovia tem que ter a questão ambiental resolvida, o projeto, a desapropriação. Qualquer coisa pontual de arqueologia, de quilombola, uma capela, qualquer coisa para uma ferrovia. Não é fácil.

A construção em si também é difícil, porque 1.750 km é obra de governo, e de poucos governos. E a gente aqui no Brasil está fazendo isso, a única que está sendo tocada do ponto de vista privado é a Transnordestina. Precisa andar junto o "funding" com desapropriações, com a complexidade do projeto, e a gente andou bastante.

Já concluímos 450 km, estamos atacando todo o eixo do Piauí, com cinco frentes de trabalho. E estamos com quatro frentes de trabalho contratadas no Ceará. Então, está andando. É claro que atrasou. Teve um reajuste no investimento em função do tempo, mas apesar dos problemas é um projeto que está sendo executado dentro da sua possibilidade. E preservando custo também, porque esse negócio de tocar a qualquer preço não dá certo.

A obra da Transnordestina foi lançada em 2006 para ser inaugurada em 2010. Agora, pelo que entendi, a meta é inaugurar em 2016. Está confirmada essa meta?
Pelo menos o trecho principal. Com certeza o trecho do Piauí estará concluído e estaremos bastante adiantados no acesso aos dois portos.

E quando termina?
Em 2016 deve estar terminada. Não te digo toda.

Mas, e os acessos aos portos?
Pelo menos um porto vai ter que estar terminado. O outro vai estar prestes a terminar. Pode contar como operacional em 2016, saindo de sua origem e chegando ao porto.

2016, dezembro?
Não sei exatamente quando, mas por aí. Agora, conseguir as licenças ambientais, as desapropriações para o projeto inicial, não tinha projeto executivo... Era impossível às vezes também querer acreditar no impossível. Dentro da complexidade e da falta de tudo, até que a gente está andando bem. Não é o que a presidente gostaria, eu sei. Mas estou participando ativamente desse projeto e estou confiante que vamos cumprir os prazos.

De zero a dez, que nota o sr. dá para o governo da presidente Dilma na área de política-industrial?
Difícil de quantificar assim, mas, seis.

E do ex-presidente Lula?
Talvez um pouquinho mais, sete.

O governo Dilma é menos eficaz que o governo do ex-presidente Lula na área econômica?
Com a mesma política, pelo timing dos dois governos, o governo Dilma seria prejudicado pelas dificuldades que nós temos lá fora. O governo Dilma pegou um período de crise que o governo Lula não pegou.

E na forma de atuar?
O governo do presidente Lula era um pouco mais aberto, o da presidente Dilma, um pouco mais fechado. A política está muito parecida do ponto de vista industrial, não teve nem grandes evoluções nem grandes retrocessos. Agora, quanto à facilidade na aplicação da política, era mais fácil no governo Lula.

A campanha da presidente Dilma na televisão tem feito o que alguns chamam de narrativa do medo, satanizando alguns setores da sociedade como bancos e empresários. O sr. acha que essa narrativa é correta?
Não gosto dessa questão de medo. A gente não tem que ter medo. As campanhas teriam que ser propositivas. Não gosto, mas [a campanha do medo] está sendo efetiva. Se você olhar o resultado das pesquisas, está todo mundo certo.

A política do PT fez com que a presidenta Dilma crescesse dois pontos, a Dilma se fortaleceu de 36% para 38%. O Aécio, que estava com 15%, dentro da mesma política de bater no PSB foi para 19%. E a Marina, que tinha 31%, tinha caído para 30%, foi a 29%, sendo pressionada pelos dois partidos... Em termos de tempo, 12 minutos [do PT na televisão] mais 6 minutos [do PSDB], contra 2 minutos [do PSB], [Marina] resistiu também. Deu certo para a presidente Dilma, deu certo para o Aécio e deu certo para a Marina, que resistiu. Mas certamente agora vai afunilar.

Em quem o sr. vai votar para presidente?
O sr. em quem vai votar?

Eu estarei em São Paulo. Como tenho título em Brasília, não vou poder votar.
Eu também não sei onde estarei. Porque talvez eu também não possa votar, mas independentemente se eu estivesse aqui, eu também não te falava.

Por quê? Por que os empresários brasileiros resistem a declarar o voto?
O voto não é secreto? Acho que uma das graças do voto é ser secreto também. Se todo mundo abrir o voto, como é que fica?

Mas o sr. se sentiria incomodado de revelar o seu voto?
Não, eu não sinto necessidade de revelar o meu voto. O voto é de cada um. E se você me perguntar hoje em quem eu votaria, eu não sei ainda, porque meu voto é a favor das mudanças. Se a presidente Dilma propor mudanças com relação ao futuro do Brasil, ela tem chance de ter meu voto, se a candidata Marina propor mudanças, ela tem possibilidade do meu voto, assim como o Aécio.

Todos estão propondo.
Sou radical a favor das mudanças. Se o Brasil não fizer as reformas e as mudanças que tem que fazer, não é que não vamos crescer, nós vamos ter um período de retrocesso, vamos para trás.

Em quem o sr. vai votar para o governador de São Paulo?
No caso de São Paulo, particularmente, pela proximidade que eu tenho com o candidato Paulo Skaf [PMDB], e pelo fato dele ser empresário, meu presidente [da Fiesp], sou o vice-presidente dele, teria que ter uma infidelidade muito grande para não votar nele. Certamente vou votar no Paulo. Não seria correto se eu não votasse nele em função da proximidade que tenho com ele.

Em democracias consolidadas é natural artistas, empresários, intelectuais revelarem o voto. São pessoas influentes na sociedade. O sr. citou os Estados Unidos várias vezes como exemplo, em alguns aspectos da economia. Nos Estados Unidos é muito comum empresários revelarem o voto.
Mas as condições são muito diferentes.

Quais são as diferenças?
Lá tem fidelidade partidária. Lá são dois partidos, basicamente. Lá ideologicamente é muito claro o que é um partido Republicano e o que é um partido Democrata.

O sr. acha que se um empresário como o sr. revelar o voto no Brasil pode sofrer perseguição de algum grupo político?
Com certeza, com certeza. Pode.

De que ordem?
De toda ordem.

Por exemplo?
Não existe essa prática aqui de você poder falar e ficar por isso mesmo. Lá fora você defende uma ideologia, você defende um partido, você defende um grupamento de pessoas que têm a mesma ideia. Aqui no Brasil, não é isso.

É o quê?
Quando você fala o voto, você vai votar numa pessoa, não está votando na ideologia, nem no partido, nem no grupamento de pessoas que tenham determinado interesse. O voto é quase que um voto pessoal, [não] um voto partidário ou ideológico.

Se o sr. dissesse "vou votar no candidato X", vamos dizer, "vou votar na candidata Marina Silva", e ela ganhar a eleição, aí não tem problema. Se ela perde a eleição, ganha um grupo oponente, o sr. acha que o sr. poderia ser perseguido por isso?
Eu acho que poderia sim. Acho que poderia. Mas não é esse que é o inibidor de falar o voto. Falar o voto você poderia até falar, essa realidade eventualmente pode existir.

O empresário brasileiro, o banqueiro, é tremendamente dependente do governo. Muitos deles têm uma única fonte de sustentação no governo, o que é diferente também lá fora. Lá fora você não tem essa necessidade de ter a boa vontade do governo. Aqui no Brasil, por exemplo, só o BNDES te dá financiamento de longo prazo com carência, ninguém mais te dá. Então se você não tiver do BNDES você não tem de ninguém.

Vou perguntar o seu juízo sobre os três candidatos mais competitivos hoje à Presidência da República.
Vejo qualidades e eventuais fraquezas nos três. A presidente Dilma está sempre naquele nível de 30% a 40%, a Marina também está ali nos 30%, e o Aécio agora está entre os 20%, 30%. Tem pessoas que gostam da presidente Dilma e votam nela, que gostam da Marina e que gostam do Aécio.

Qual juízo o sr. faz do candidato Aécio Neves, do PSDB?
O Aécio, eu gosto dele, é um bom amigo, um jovem com história política de vida toda. Acho ele preparado, com vontade de dar continuidade ao trabalho político que veio lá de trás, que teve o avô eleito presidente [Tancredo Neves] e não pode exercer o mandato.

O Aécio tem condições, tem qualidades, é de um partido que teve chances de governar. Acho que poderia ser um pouco mais agressivo nas mudanças. Mas é um cara preparado, uma pessoa que certamente um dia vai ter chances de exercer funções maiores dentro da política.

E Marina Silva, candidata pelo PSB?
Marina é uma candidata que tem história. Não é um fato novo. A Marina teve 20% dos votos na eleição passada. Ela foi senadora, tem uma história de vida bonita, saiu dos seringais do Acre para num momento ser candidata a presidente. Ela sintetiza todos aqueles que são contra, então ela conseguiu aglutinar esse voto que é o voto contra as condições que existem e que foi manifestado nos movimentos de rua tempos atrás. É algo consistente, vejo ela como uma pessoa que evoluiu.

Marina tem um grupo político pequeno para sustentá-la e, possivelmente, um grupo pequeno institucional dentro do Congresso se vier a ser eleita. Isso é um risco para o Brasil?
Não, não acho a Marina um risco. Depois de ganhar a eleição, se você tem bom senso, consegue aglutinar todas as forças do Congresso. A hora que você está eleito esse risco não existe, a não ser que você não tenha racionalidade e bom senso. Eu acho que ela tem, porque senão não estaria onde ela está.

Como o sr. já disse, o sr. considera que ela seria uma boa opção para presidente?
Não só o candidato Aécio é uma boa opção, como a Marina é uma boa opção, assim como a Dilma para alguns também é uma boa opção.

Para o sr. é?
Eu acho que se houver reformas, se houver evolução, eu acho que sim.

Mas falta uma semana para a eleição... O sr. acha que ela já não poderia ter convencido o sr. de que vai fazer mudanças?
A presidente Dilma fez muitas coisas boas no governo. O Brasil de hoje é muito melhor do que o de 10 anos atrás. Estamos numa evolução. Não é que está tudo errado. A gente tem que tentar uma convergência. Hoje nenhum dos três [candidatos] consegue ser eleito sozinho. Senão a presidente Dilma ganharia no primeiro turno, a Marina ganharia no primeiro turno, o Aécio ganharia no primeiro turno. Quem evoluir e conquistar o que não tem é o que vai ser eleito.

Mas falta uma semana para a eleição. Quem até agora dos três, de acordo com essa sua descrição, vocaliza mais as mudanças que o sr. diz serem necessárias?
As mudanças que eu digo serem necessárias, relativas a questão de economia, a questão de investimento, a questão de diminuição do tamanho do Estado, não foram postas na mesa por nenhum dos três. Talvez um pouquinho mais pelo candidato Aécio, que é uma linha do PSDB. Dentro do que é o meu setor específico, isso não foi posto na mesa, mas isso não ganha eleição, porque nós somos uma minoria. E isso pode ser negociado a qualquer tempo.

Declarações suas a respeito da eleição levaram alguns a interpretar em Brasília que o sr. teria "marinado", que o sr. votaria em Marina Silva. Criou um mal-estar dentro do governo. O sr. se sentiu em algum momento incomodado por declarações de alguém do governo?
Eu não vejo nada de mais na declaração que eu dei. Eu dou aqui ela outra vez. O que eu disse é que a Marina é uma boa opção para o Brasil. E eu digo para você que a Marina é uma boa opção para o Brasil, não vejo problema nisso. Agora, acho que também o Aécio é uma boa opção para o Brasil, conforme eu te disse.

E a Dilma?
E a presidente Dilma também pode ser uma boa opção para o Brasil, ela atendendo certas mudanças que são necessárias. Do ponto de vista do empresariado privado, a gente vê, em função da experiência recente, mudanças que devem ser feitas, e é isso que nós estamos negociando com o governo. Falta uma semana [para as eleições], mas a gente está discutindo toda semana para ver se a gente consegue um consenso.

Ou seja, o sr. pode "dilmar" ainda?
Não sei em quem eu vou votar ainda. Posso até "dilmar". Desde que atendidas algumas mudanças que acho importante. Não é por mim, eu quero que a gente mude pelo Brasil. A gente está vivendo um momento em que o Brasil podia estar muito melhor. É isso que me incomoda.

O sr. já dedicou muitos anos da sua vida à iniciativa privada. Gostaria de, eventualmente, ter alguma experiência dentro de algum governo?
Isso é um dever de cada um de nós. Em algum momento da vida a gente tem que retribuir de alguma forma aquilo que a vida nos deu. Penso sim em algum momento fazer algum tipo de serviço público.

O sr. aceitaria, se convidado, ser ministro de Estado de algum governo?
Se tivesse condições de aceitar, do ponto de vista da iniciativa privada, se pudesse ter certeza que os negócios estariam bem administrados, aceitaria sim.

Em que área o sr. se vê em um eventual governo?
Qualquer uma.

Alguma que o sr. considere que poderia trabalhar bem como ministro?
Tenho uma característica de ser fazedor. Teria que ser uma área que precisasse que fossem feitas as coisas. Pode ser desde educação, saúde, agricultura, habitação.

Pode ser já, a partir do ano que vem, 2015?
Acho que não tenho tempo não. Os negócios estão precisando da gente hoje. Por mais que eu quisesse, ainda tenho esses próximos anos da organização. E acho que, particularmente, o ano que vem vai ser difícil.

O Brasil vai crescer quanto no ano que vem?
Depende.

Mais ou menos. Entre quanto e quanto?
Eu acho que mais importante do que crescer é a gente estabelecer as condições para o crescimento. Talvez o Brasil cresça pouco o ano que vem, mas estabeleça condições para crescer muito nos próximos anos.

Esse ano vai ser quase zero, vai ser muito ruim, eu acho.

E o ano que vem vai ser como?
Vai ser difícil para qualquer um dos candidatos.

O PIB cresce pouco, por consequência?
O PIB cresce pouco, esse ano nós vamos crescer pouco, mas tudo bem. Crescer pouco um ano não quer dizer nada. A gente tem que estabelecer condições, fazer correções para que não volte para trás, essa é a primeira preocupação. A partir daí, a gente tem que criar condições para crescer.

O ano que vem será muito difícil, a arrecadação está caindo em função da recessão que nós estamos vivendo. Vamos entrar num ano com crescimento baixo, uma recessão na porta, desemprego na porta. O governo vai ter que se adaptar com ajuste fiscal, porque a arrecadação cai, o gasto também. O investimento e o gasto têm que a cair e se adaptar a uma nova realidade externa, porque as coisas lá fora também estão difíceis. É um ano que vai ser muito difícil independentemente de quem ganhe.

Acesse a transcrição completa da entrevista.

A seguir, os vídeos da entrevista (rodam em smartphones e tablets, com opção de assistir em HD):

1) Principais trechos da entrevista com Benjamin Steinbruch (12:59)

2) "No Brasil, empresário que declara voto pode ser perseguido" (2:58)

3) Posso até "dilmar", mas Dilma precisa mudar, diz Benjamin (2:57)

4) "Aécio é preparado, mas poderia ser mais agressivo nas mudanças" (0:53)

5) "Marina sintetiza voto do contra, evoluiu, e não é um risco" (1:29)

6) Em São Paulo, voto Skaf, diz Benjamin (0:24)

7) "Sou fazedor" e poderia ser ministro, diz Benjamin (1:31)

8) "Devemos flexibilizar lei trabalhista; horário de almoço é exemplo" (4:04)

9) Benjamin: Se China priorizar exportação, ninguém compete com ela (2:11)

10) "Se reeleita, é melhor Dilma nomear logo novo ministro da Fazenda" (2:45)

11) Quem é Benjamin Steinbruch? (1:43)

12) Íntegra da entrevista com Benjamin Steinbruch (57 min.)

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