Folha de S. Paulo


Meirelles constrange ala do PSD a favor de aliança com PSDB

Lucas Lacaz Ruiz/Folhapress
O ministro Gilberto Kassab, que trabalha para ser vice em eventual candidatura de Serra ao governo
O ministro Gilberto Kassab, que trabalha para ser vice em eventual candidatura de Serra ao governo

Ao dizer que o governo terá candidato e não será o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) constrangeu lideranças do seu partido, PSD, que apoiam uma aliança com o PSDB.

O presidente nacional do PSD, ministro Gilberto Kassab (Comunicações), encabeça ala que trabalha pela aproximação com tucanos no plano nacional mirando uma aliança em São Paulo.

Kassab apoia eventual candidatura do senador José Serra (PSDB-SP) a governador e trabalha para ser vice na chapa. O seu grupo político considera que a candidatura de Alckmin à Presidência se consolidou e terá mais chances se não houver outra chapa de centro, como defendeu Meirelles.

Para o entorno de Kassab, o presidente Michel Temer hoje reconhece a dianteira de Alckmin, mas, tanto no seu time quanto no do governador, a aliança entre ambos não é consensual.

Procurado, Kassab não quis comentar.

O deputado Joaquim Passarinho (PSD-PA) afirmou que Meirelles expressou uma "opinião pessoal". "Quem fala pelo PSD é o Kassab e o líder na Câmara, Marco Monte", reagiu.

O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), que em setembro disse torcer "muito para ver o Geraldo numa nova missão, ele está preparado", defendeu nesta terça-feira (5) "a união dessas correntes que têm responsabilidade de fazer as reformas, especialmente a da Previdência".

Colombo sugeriu que Meirelles e Alckmin componham juntos uma chapa presidencial e definam no futuro quem a encabeçaria.

"Alckmin tem viabilidade, Meirelles poderá ter. Não tem nada que impeça os dois de estarem juntos numa mesma chapa, o que seria muito bom para o Brasil", afirmou à Folha.

Quanto a críticas de ambos terem perfis semelhantes, sem representação no Norte ou Nordeste, o governador catarinense disse que "não é uma questão essencial como é o posicionamento ideológico de centro para salvar o país".

Colombo disse que a composição no plano nacional é prioritária a alianças estaduais, mas reforçou a posição de que Serra é o melhor nome para disputar o governo paulista.

"Serra é muito preparado, seria uma segurança para Alckmin em são Paulo", disse. Ele criticou a possibilidade do prefeito João Doria (PSDB) disputar a sucessão do governador.

"Não é eleição para o Doria, sinceramente. Acho que tem que terminar o mandato na prefeitura. É minha opinião", disse.

Segundo a Folha apurou, o PSD não descarta fazer aliança com o PSDB em São Paulo se Doria for candidato, na expectativa de que o candidato tucano, quem quer que seja, agregue o maior número de partidos em sua chapa majoritária.


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