Folha de S. Paulo


Promotoria recolhe alimentos 'irregulares' em cela de Cabral

O Ministério Público do Rio apreendeu nesta sexta-feira (24) uma série de alimentos considerados irregulares na cela do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). Foram recolhidos itens como iogurte, queijos, castanhas, frios diversos, bolinho de bacalhau acondicionados em tonéis usados como uma espécie de "cooler".

As promotoras Andrea Amin e Elisa Fraga consideraram que os alimentos contrariam as regras da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) e entregaram os itens ao Instituto Carlos Éboli. De acordo com a promotoria, foram identificadas irregularidades nas celas de Cabral, da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo, da ex-governadora Rosinha Garotinho e do empresário Jacob Barata Filho.

As regras da Seap permitem que familiares levem duas sacolas em dias de visita (terça-feira e sábado) com frutas, alimentos cozidos, leite em pó em saco, biscoitos, bolos e doces em sacos transparentes. É proibida a entrada de gêneros alimentícios in-natura.

Em vistoria realizada em junho, o MP identificou que a Seap estava permitindo a entrada de três sacolas, sem justificativa clara.

A Folha em setembro que os detentos da Lava Jato mantinham marmitas levadas por familiares no "cooler" adaptado e o requentavam com um aquecedor portátil em banho-maria.

OUTRO LADO

O advogado Rodrigo Roca, que defende Cabral, afirmou que seu cliente "é perseguido até pelo que come".

"É lamentável se ver a mobilização de todo o aparato estatal em perseguição ao cardápio de um detento. Parecia que o Ministério Público tinha coisas mais importantes a fazer no Rio, que fiscalizar comida de presídio. Pior ainda foi constatar mais uma ilegalidade praticada contra o ex-governador que, nem mesmo preso, consegue ter a sua dignidade e a sua imagem preservadas", afirmou o advogado.


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