Folha de S. Paulo


Agência Lupa: Patrimônio de Jorge Picciani cresceu 893% em 20 anos

Yasuyoshi Chiba/AFP
The president of the Rio de Janeiro state legislative assembly, Jorge Picciani of the Brazilian Democratic Movement Party (PMDB), discusses his March 29 interrogation by the federal police, during a plenary session in Rio de Janeiro, Brazil, on March 30, 2017. Picciani was questioned by the police in connection with the scandal involving a sprawling corruption network in which politicians and major contractors embezzled from state oil company Petrobras, as revealed by the Operation Car Wash investigation. / AFP PHOTO / YASUYOSHI CHIBA
Presidente da Assembleia do Rio, Jorge Picciani (PMDB)

Enquanto acumulava poder político no Rio, o deputado estadual Jorge Picciani (PMDB-RJ) também engordou seu patrimônio pessoal.

Levantamento feito nas declarações de bens apresentadas por ele à Justiça Eleitoral entre 1994 e 2014 mostra um crescimento de 893% nos bens do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj).

Em 1994, Picciani declarou ao TRE-RJ que possuía R$ 1.237.470,49 em bens (corrigido pelo IPCA). Vinte anos depois, em 2014, o total havia subido para R$ 12.284.013,21 (também corrigido).

O deputado diz que seu patrimônio é "absolutamente compatível" com a renda de suas empresas. Destacou que a família atua há 33 anos no ramo da agropecuária.

Picciani disputou sua primeira eleição para deputado estadual do Rio em 1990. Então no PDT, não há registros de bens nos à época no Tribunal Regional Eleitoral do Rio.

Em sua segunda eleição, Picciani, ainda no PDT, listou ao TRE-RJ que tinha três carros –um Santana, um Monza e uma picape Toyota, além de dois apartamentos na Barra da Tijuca (zona oeste), um terreno no bairro de Anchieta (zona norte) e uma casa em Cabo Frio, na Região dos Lagos. Também era dono de uma propriedade de 168 hectares em Rio das Flores, no Sul.

Em 1998, já no PMDB, Picciani declarou ter quatro carros. Na eleição de 2002, o deputado declarou à Justiça que possuía uma fazenda de 9.974 hectares (o equivalente a mais de 10.770 campos de futebol) no Mato Grosso. Na época, segundo Picciani, o terreno valia R$ 400 mil.

Foi naquela legislatura que o parlamentar se tornou presidente da Alerj pela primeira vez.

Na campanha de 2006, Picciani declarou pela primeira vez à Justiça Eleitoral que possuía ações das empresas Agrobilara e Agrovas, ambas de sua família. Esses ativos representavam na época um total de R$ 5,9 milhões, ou 77% de seus bens.

Em 2010, Picciani concorreu ao Senado, mas não foi eleito. Esse foi o ano em que o político atingiu o ponto mais alto na série histórica sobre seu patrimônio.

Eram R$ 11,2 milhões (valores da época). Em 2014, Picciani disputou sua última eleição e informou à Justiça Eleitoral que possuía R$ 10,3 milhões (valores sem correção). A Agrobilara, naquele ano, respondia por 78% do total.


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