Folha de S. Paulo


Agência Lupa: O que se lê no site da pré-campanha de Alckmin é verdade?

O site lançado em outubro para apresentar a pré-campanha a presidente do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), vende a imagem do tucano como alguém experiente, humilde e honesto.

O slogan da página, "Preparado para o Brasil", resume a estratégia do PSDB paulista, sem explicitar a eventual candidatura, para evitar problemas com a Justiça Eleitoral.

A iniciativa busca mostrar o governador como "uma pessoa de hábitos simples", numa tentativa de desconstruir a imagem de político "frio" e "distante das pessoas" atribuída a ele.

As informações disponíveis no site também citam resultados da situação fiscal paulista e ressaltam realizações atribuídas ao tucano em áreas como saúde pública e combate à violência.

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"Não tivemos racionamento [de água em 2014]"
Geraldo Alckmin, em vídeo publicado no novo site do PSDB

CONTRADITÓRIO Em 2014 e 2015, São Paulo viveu um forte período de seca e teve problemas com o abastecimento. O Estado não chegou a decretar racionamento, mas, na prática, diversas áreas atendidas pela Sabesp sofreram com escassez no fornecimento. Em outubro de 2014, a empresa chegou a admitir que fazia uma "administração na disponibilidade da água" e, em janeiro de 2015, o governador falou sobre o racionamento.

Em entrevista a Folha, "O Estado de S. Paulo" e "O Globo", disse: "O racionamento já existe. Quando a ANA [Agência Nacional de Águas] determina que você tem que reduzir de 33 para 17 [metros cúbicos por segundo a quantidade de água que é retirada das represas] no Cantareira, é óbvio que já está em restrição".

O PSDB declarou que "o governo não decretou racionamento durante qualquer momento da crise hídrica" e que a fala de Alckmin era um comentário sobre a decisão da ANA.

"[São Paulo tem] Contas públicas equilibradas"
Site de Alckmin. Seção "Por que Geraldo Alckmin?"

EXAGERADO Em abril, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) publicou relatório sobre a situação fiscal dos Estados. Nele, São Paulo aparece como o quinto com maior risco fiscal —atrás de RS, MG, RJ e GO. O grande vilão, no caso paulista, é a alta dívida pública. O índice usado é a razão entre o valor que o Estado deve (a Dívida Consolidada Líquida) e o total que o Estado arrecada (a Receita Corrente Líquida).

Em 2016, a Dívida atingiu 175% da Receita, conforme o Balanço Anual do governo do Estado. O máximo permitido pela Lei de Responsabilidade fiscal é uma relação de 200%. Apenas cinco Estados possuem dívidas acima de 100%. Em nota, o PSDB criticou a metodologia da Firjan: "a classificação do Estado de SP no ranking (de risco fiscal) apresentado seria muito diferente não fossem os graves erros de cálculo e indicadores de investimentos utilizados".

O partido diz que os valores referentes a gastos com pessoal e à necessidade de financiamento da Previdência do Estado estariam incorretos. A Firjan rebateu. Destacou que os números citados pelo PSDB como sendo os corretos são iguais ou próximos aos apresentados no relatório.

"Entre 2005 e 2015, a taxa de homicídios em SP caiu de 21,9 para 12,2 por 100 mil habitantes —maior redução já registrada"
Site de Alckmin. Seção "Conheça"

VERDADEIRO, MAS Os dados constam do Atlas da Violência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de junho deste ano. Entre as 27 unidades da Federação, foi a maior redução no período. Mas a queda de 44,3% não foi a menor da série histórica do estado. Entre 1999 e 2009 —outro período de dez anos— a diminuição na taxa de homicídios em SP foi de 65%.

"Gerar empregos. SP faz"
Site de Alckmin. Seção "Entrevistas"

VERDADEIRO Nos últimos três anos, São Paulo teve desempenho melhor que o conjunto do país na geração de empregos. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o gerou 111,3 mil empregos até outubro de 2017, crescimento de 0,93% em relação ao número total de empregados. No Brasil, o crescimento foi de 0,55% no mesmo período.


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