O empresário Emilio Odebrecht afirmou nesta terça-feira (31), em depoimento ao juiz Sergio Moro, que não participou de pagamento de propina para Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil.
O patriarca da empreiteira depôs como testemunha de defesa de um dos réus no processo, seu filho, Marcelo Odebrecht.
Bendine é acusado de cobrar propina de R$ 3 milhões da construtora para proteger a empreiteira em contratos da Petrobras, em 2015, no contexto da Lava Jato.
"Só vim saber dessa relação de acertos, se é que existiram, no período de meados de 2016. [...] Não participei de nenhum processo, quando vim ter conhecimento foi muito adiante", disse.
Ele afirmou que participou de uma reunião com Bendine, sem menções a propina. "Eu saí com a sensação de que falamos e houve o entendimento, mas resultado efetivo não ocorreu. Não houve sucesso do que estávamos querendo, que era a Petrobras não cancelar um contrato de forma leonina."
Emilio disse a Moro, ainda, que a estatal "sempre teve um papel importante" para a Odebrecht. "Ao mesmo tempo era sócia, cliente, fornecedora, ou seja, exercia várias facetas de relação com a organização."
Também nesta terça, o juiz Sergio Moro soltou Antônio Carlos Vieira da Silva, um dos réus indicados pela Procuradoria como operador de Bendine. Ele estava preso preventivamente desde julho deste ano.
Alan Marques - 14.out.2015/Folhapress | ||
O ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine |