Folha de S. Paulo


Comando do PT discute suspensão de Palocci do partido

Lula Marques - 26.mai.2011/Folhapress
BRASÍLIA, DF, BRASIL, 26-05-2011, 11h5 Ministro Antonio Palocci e presidente Dilma Rousseff participa no Palácio do Planalto, de cerimônia de assinatura de termos de compromisso para construção de quadras esportivas escolares cobertas e unidades de educação infantil do PAC 2 e doação de bicicletas e capacetes escolares do programa Caminho da Escola. 0:. (Foto: Lula Marques/Folhapress, PODER)
O ex-ministro Antonio Palocci e a ex-presidente Dilma Rousseff em evento no palácio do Planalto

Reunido nesta quinta-feira (21), o comando do PT discutiu a proposta de suspensão do ex-ministro Antonio Palocci, mas a decisão ficou para esta sexta-feira (22).

O secretário-geral do partido, Romenio Pereira, levará a proposta ao diretório nacional. A ideia é que ele seja formalmente afastado do partido até a conclusão do processo de expulsão.

"Ele terá amplo direito de defesa", disse Romenio, afirmando que ideal seria um desligamento voluntário do ex-ministro.

O ex-ministro dos governos Lula e Dilma negocia um acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato.

Em depoimento ao juiz Sergio Moro, Palocci disse que Lula e o empresário Emílio Odebrecht, dono da Odebrecht, firmaram um "pacto de sangue" após a saída do petista da Presidência da República.

Disse também que o empresário fez um caixa de R$ 300 milhões para Lula e o PT, e entre a propina ao ex-presidente estavam no acordo o sítio de Atibaia, um terreno para o Instituto Lula e a remuneração por palestras.

No último dia 13, Lula prestou depoimento ao juiz Sergio Moro e disse que Palocci é "calculista, frio e simulador" e negou que tenha feito qualquer tipo de acerto ilícito com a empreiteira Odebrecht.

"Conheço o Palocci bem. Se ele não fosse um ser humano, ele seria um simulador. Ele é tão esperto que é capaz de simular uma mentira mais verdadeira que a verdade. O Palocci é médico, é calculista, é frio."

Tanto Lula quanto Palocci depuseram na ação em que o ex-presidente é acusado de se beneficiar de vantagens indevidas pagas pela empreiteira Odebrecht –incluindo a compra de um terreno que seria destinado ao Instituto Lula, e cuja negociação teria sido intermediada por Palocci.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), se disse favorável à proposta de afastamento temporário do ex-ministro. Pela proposta, prevista no estatuto do partido, Palocci seria suspenso por 60 dias até conclusão do processo que corre no Diretório Municipal do PT de Ribeirão Preto.

Gleisi disse que a ideia agora é ouvir os dirigentes partidários antes de qualquer decisão.


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