Folha de S. Paulo


Empresa com 'expertise' foi chamada para contar dinheiro atribuído a Geddel

Divulgação
Polícia Federal encontra malas de dinheiro em endereço atribuído a Geddel Vieira Lima
Malas e caixas de dinheiro apreendidas em apartamento atribuído a Geddel Vieira Lima

O volume de dinheiro apreendido pela Polícia Federal nesta terça-feira (5) em Salvador foi tamanho que foi preciso a ajuda uma empresa com "expertise" no assunto para contar cada nota dos R$ 51 milhões achados.

A Polícia Federal contratou uma empresa transportadora de valores de Salvador que cedeu funcionários com experiência em contar dinheiro para atuar. Oito máquinas de contar dinheiro foram usadas na operação que durou entre 12h30 de terça-feira e 0h de quarta-feira (6).

"Não é muito usual a apreensão de tamanha quantia. Mesmo usando oito máquinas e com funcionários experientes da transportadora nós levamos quase 12 horas [para conta]", afirmou o superintendente da Polícia Federal na Bahia, Daniel Madruga.

O dinheiro foi apreendido num apartamento do bairro da Graça pertencente ao empreiteiro Sílvio Antônio de Cabral Silveira. Em depoimento à PF nesta terça, ele informou que havia emprestado o imóvel ao ex-ministro Geddel Vieira Lima.

O superintendente da PF na Bahia afirmou que, inicialmente, a suspeita era de que documentos estavam sendo guardados no imóvel.

"Foi uma grande surpresa", disse Madruga sobre os R$ 51 milhões, em notas de real e dólar, encontrados no imóvel dentro oito malas e seis caixas de papelão.

Os quatro agentes que foram cumprir o mandado de busca no apartamento tiveram que pedir reforços "As malas e a caixas não cabiam em uma viatura só", diz Madruga.

Os R$ 42,6 milhões encontrados em cédulas de real foram depositados em uma conta judicial da Caixa Econômica Federal. Os 2,7 milhões de dólares foram remetidos para o Banco Central.

ORIGEM DO DINHEIRO

O superintendente da Polícia Federal na Bahia, Daniel Madruga explica que o fato de guardar dinheiro vivo dentro de um apartamento não é crime. Mas diz que a origem desses recursos e a sua declaração têm que ser comprovadas pelo acusado.

"Não sabemos se o dinheiro foi declarado ou não. Se ele [Geddel] conseguir comprovar que o dinheiro foi auferido de forma lícita, ele vai usar isso em sua defesa", afirma.

Madruga, contudo, afirma que "é inegável que [a apreensão do dinheiro] é uma situação que complica o investigado [Geddel]".

O ex-ministro Geddel Vieira Lima deverá ser intimado a prestar novo depoimento em Brasília no âmbito da operação Cui Bono.

Procurada pela Folha defesa de Geddel não se pronunciou sobre o caso.

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