O Tribunal Regional Federal do Rio negou pedido do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) para conceder entrevistas. O desembargador Abel Gomes, relator do caso, considerou que a Justiça deve proteger o acusado "contra qualquer forma de sensacionalismo".
Cabral peticionou ao juízo apresentando interesse em conceder entrevista à Folha e ao jornal "O Globo", que também peticionaram solicitando a autorização.
O pedido já havia sido negado pelo juiz Marcelo Bretas, para quem não há "interesse público na concessão da entrevista do ora custodiado".
"Evidencia-se, na realidade, o interesse da imprensa em obter do ora réu a revelação de algum dado novo, com exclusividade, razão pela qual impõe-se o indeferimento dos requerimentos", escreveu Bretas.
"É também dever do juiz, nas circunstâncias a condições pessoais do paciente, um ex-governador do Estado, por duas vezes eleito pelo voto popular, político que também já ocupou cadeira no Legislativo estadual e federal, assegurar-lhe a proteção contra qualquer forma de sensacionalismo, o que diante do contexto não está excluído de que possa ocorrer", escreveu o desembargador Abel Gomes, ao negar liminarmente recurso da defesa de Cabral.
Os advogados de Cabral afirmam no recurso que "o que [os jornais] pretendem, assim como o paciente, é o esclarecimento de alguns pontos que não têm cabida ou espaço na seara processual, mas que são importantes para a informação dos leitores, dentre os quais provavelmente estarão alguns julgadores".
A defesa de Cabral afirmou que vai recorrer à 1ª Turma Especializada do TRF e, caso não tenha sucesso, ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).